No último dia 17 de setembro (veja aqui), debatemos sobre a "Filosofia da sociedade pós-religiosa", com o Dr. Anderson Alencar (UFAL); no dia 22 de outubro (veja aqui) conversamos sobre "Caminhos da espiritualidade, espiritualidades do caminho", com o médico Nilton Curvêlo e o nosso professor Artur Tavares, e, no próximo dia 19 de novembro, a discussão será sobre "Complexidade e sacralidade", com a Dra. Maria da Conceição Xavier de Almeida (UFRN), que terá como debatedora a Dra. Ana Lucia Francisco, do Programa de Pós em Psicologia da UNICAP. As sessões do Fórum são sempre às 17h, no Auditório do 1º andar do bloco B da Universidade Católica, com entrada franca.
A pergunta agora, portanto, é como fica a dimensão de sacralidade na vida, em nosso mundo que se torna sempre mais consciente de que a realidade é complexa... A extensão dos critérios das ciências naturais às ciências sociais levou à formação de um grande paradigma ocidental, que procede por separação e redução, excluindo conteúdos intersubjetivos como os da fé. Mas a física subatômica recente introduziu incertezas quanto aos limites do reducionismo e a fenomenologia mostrou as insuficiências da pretensão de se captar uma realidade "objetiva" independente do olhar e dos pressupostos do pesquisador. Em meados do século XX, então, as ciências da terra, a ecologia, a cosmologia, começaram a buscar um conhecimento transdisciplinar, baseando-se na compreensão não linear de diversos níveis da realidade, na inclusão de um Terceiro elemento para além das contradições. Emergiu assim o pensamento complexo ou paradigma da complexidade, propondo uma democracia cognitiva e o diálogo entre as diversas formas de conhecimento.
A proposta da complexidade comporta uma abordagem transdisciplinar dos fenômenos e a mudança de paradigma do conhecimento, abandonando o reducionismo que ainda tem pautado a investigação científica em todos os campos, inclusive nos estudos da religião. O debate com a professora Conceição Almeida, na próxima segunda, será ocasião para criarmos uma ponte com o GRECOM, Grupo de Estudos da Complexidade, que ela mantém na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – e que é responsável pelas muitas vindas de Edgar Morin, mentor da complexidade, ao Nordeste brasileiro (veja aqui uma apresentação dele pela nossa amiga). Será ocasião também para incrementar por aqui pesquisas sobre as relações entre os humanos e destes com o sagrado, através de uma lógica mais ternária e criativa, que considere inclusivamente o contraditório e o caótico dos processos humanos, também nas tradições religiosas (a propósito, Edgar Morin já pensou sobre os deuses: veja aqui).
Principalmente os estudos e a compreensão do pluralismo espiritual – e do diálogo inter-religioso – podem aproveitar-se dessa nova modelização do conhecimento, porque ela permite lidar com a contradição aparente da pluralidade de absolutos, porque nela considera-se a complexidade da realidade e da verdade, exorcizando o princípio soberano da identidade vitoriosa sobre toda diferença, acolhendo o paradoxo para além do princípio de não contradição e, sobretudo, incluindo ternariamente "o outro", que se manifesta e subtrai entre (e para além d)as nossas dividições e errâncias. Desde já, obrigado a Ceiça pela visita e vida longa e profícua à nossa parceria epistemológica!
Dentre as últimas publicações de Conceição Almeida, destacamos:
Cultura e pensamento complexo
Complexidade, saberes científicos, saberes da tradição
Complexidade e cosmologias da tradição
Matéria sobre Complexidade e diálogo ciência-religião
Artigo A lógica contemporânea e a transdisciplinaridade
Postagem sobre Transdisciplinaridade e religião
Reflexão sobre Novos métodos em Ciências da Religião
Apresentação sobre Espiritualidade no Simpósio Transdisciplinar de Pernambuco
Conferência sobre Os sete saberes
A proposta da complexidade comporta uma abordagem transdisciplinar dos fenômenos e a mudança de paradigma do conhecimento, abandonando o reducionismo que ainda tem pautado a investigação científica em todos os campos, inclusive nos estudos da religião. O debate com a professora Conceição Almeida, na próxima segunda, será ocasião para criarmos uma ponte com o GRECOM, Grupo de Estudos da Complexidade, que ela mantém na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – e que é responsável pelas muitas vindas de Edgar Morin, mentor da complexidade, ao Nordeste brasileiro (veja aqui uma apresentação dele pela nossa amiga). Será ocasião também para incrementar por aqui pesquisas sobre as relações entre os humanos e destes com o sagrado, através de uma lógica mais ternária e criativa, que considere inclusivamente o contraditório e o caótico dos processos humanos, também nas tradições religiosas (a propósito, Edgar Morin já pensou sobre os deuses: veja aqui).
Principalmente os estudos e a compreensão do pluralismo espiritual – e do diálogo inter-religioso – podem aproveitar-se dessa nova modelização do conhecimento, porque ela permite lidar com a contradição aparente da pluralidade de absolutos, porque nela considera-se a complexidade da realidade e da verdade, exorcizando o princípio soberano da identidade vitoriosa sobre toda diferença, acolhendo o paradoxo para além do princípio de não contradição e, sobretudo, incluindo ternariamente "o outro", que se manifesta e subtrai entre (e para além d)as nossas dividições e errâncias. Desde já, obrigado a Ceiça pela visita e vida longa e profícua à nossa parceria epistemológica!
Dentre as últimas publicações de Conceição Almeida, destacamos:
Cultura e pensamento complexo
Complexidade, saberes científicos, saberes da tradição
Complexidade e cosmologias da tradição
Para saber mais sobre o assunto:
Textos introdutórios sobre Complexidade e TransdisciplinaridadeMatéria sobre Complexidade e diálogo ciência-religião
Artigo A lógica contemporânea e a transdisciplinaridade
Postagem sobre Transdisciplinaridade e religião
Reflexão sobre Novos métodos em Ciências da Religião
Apresentação sobre Espiritualidade no Simpósio Transdisciplinar de Pernambuco
Conferência sobre Os sete saberes
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