Allan Kardec |
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“A ideia do curso é formar não só bacharéis, mas também pesquisadores do espiritismo”, diz no site da FALEC Maury Rodrigues da Cruz, presidente da Sociedade Brasileira de Espiritismo e idealizador do curso, que tem duração de quatro anos. As inscrições para o vestibular da próxima turma estarão abertas até 13 de dezembro e os candidatos que disputarão as 100 vagas oferecidas terão de passar também por uma entrevista com especialistas. “É uma forma de avaliarmos melhor os interessados, assegurando o ingresso de pessoas realmente comprometidas com a pesquisa”, explica Cruz.
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As bases da doutrina são a crença num Deus Único, criador de todo o Universo, e na imortalidade do espírito, que evolui sempre, por meio de várias encarnações. O curso, então, objetiva fazer uma análise do espiritismo em suas linhas religiosa, filosófica e científica. A existência da alma, sua sobrevivência ao transe da morte e os fenômenos mediúnicos compõem um universo ainda pouco estudado nas rodas acadêmicas. Por sua vez, os fundamentos das crenças espíritas foram escritos em tempos modernos e científicos, mas ainda com uma visão racionalista e positivista da ciência - quando a pós-modernidade descobriu os limites do conhecimento objetivo e busca o sentido dos textos nos seus contextos intersubjetivos.
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O espiritismo surgiu na França no século XIX e tem no Brasil hoje sua maior comunidade. Segundo o último censo do IBGE são 2,34 milhões de adeptos. Como se estima que os espíritas assumidos em todo o planeta não passem de 15 milhões, pode-se dizer que o Brasil é o país do espiritismo. Foi também em solo brasileiro que viveu Francisco Cândido Xavier (1910-2002), considerado o mais produtivo médium espírita. Em sua longa vida, Chico Xavier, como era conhecido, psicografou 418 títulos sob inspiração do espírito Emmanuel. Seus livros correram o mundo e chegaram ao volume de 25 milhões de exemplares vendidos.
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Não pensem os mais afoitos, no entanto, que o Curso de Teologia Espírita é uma versão brasileira de Hogwarts, a escola de formação de bruxos dos livros e filmes de Harry Potter, personagem criado pela britânica J.K.Rowling. A essa turma, o criador do curso Maury da Cruz manda um recado: “Não vamos formar bruxos, videntes ou médiuns, muito menos ensinar a ver fantasmas”, brinca ele. Trata-se de um curso universitário, que visa a auto-interpretação de uma tradição de fé, mas respeita a etiqueta de produção de conhecimento das Ciências Humanas - como se espera também dos outros cursos de teologia das demais religiões.
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