24 de set. de 2010

NOSSO LAR?!



(Com informações do IHU) Filmes espíritas fazem sucesso no país católico. O lançamento de "Chico Xavier", em abril, bateu o recorde de bilheteria em estréias de filmes nacionais. Chico Xavier voltará às telas no dia 1º de abril de 2011, através do filme "As mães de Chico Xavier", dos diretores Glauber Filho e Halder Gomes. O filme é baseado em fatos reais que contam a história de três mães que vêem suas realidades transformadas por completo, ao buscar conforto junto ao médium.

Mas tem mais: em oito dias de exibição, o filme “Nosso Lar”, que enfoca crença espírita, atraiu mais de um milhão de pessoas às 445 salas de cinema no país onde a película estreou, dia 3 de setembro. “Nosso Lar”, homônimo de livro psicografado por Chico Xavier, conta a história de um médico que relata a trajetória que percorreu após a morte. Trata-se de uma forma de expctativa no além que é muito forte no imaginário religioso brasileiro atual.

“Esse imaginário vem reforçado por uma impressionante literatura espírita e sua presença nos meios de comunicação social, particularmente nas telenovelas de caráter espírita”, analisou o teólogo Faustino Teixeira, da Universidade Federal de Juiz de Fora, em entrevista ao Instituto Humanitas. Segundo o Censo de 2000, apenas 1,4% da população brasileira – 2,33 milhões de adeptos - se declarou seguidora do espiritismo. A forma de viver a religiosidade no Brasil, porém, é bem “mais alargada” do que aquela declarada no Censo, disse Faustino.

Faustino recorreu à pesquisa realizada pelo antropólogo Luiz Eduardo Soares e o cientista político e economista Leandro Piquet Carneiro, para lembrar que 46% dos católicos praticantes declararam acreditar na reencarnação. Na mesma linha, o psicólogo e antropólogo Carlos Brandão definiu o catolicismo brasileiro como uma religião que abraça a diversidade e que possibilita diversas alternativas de viver a crença e a fé. Uma religião “em que Deus pode ter muitos rostos”.

O Censo de 2010 poderá acrescentar algumas novas características a esses rostos, que passam por constantes transfigurações com o fenômeno recorrente a partir dos anos 80 do século passado, conhecido por “trânsito religioso”. Seja como for, o espiritismo já integra o imaginário religioso-cultural brasileiro, escreveu a antropóloga Sandra Stoll, em seu livro sobre o espiritismo à brasileira.

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