6 de jul. de 2011

INTERNET A SERVIÇO DA FÉ

Por Geison Macedo, na Folha de Pernambuco.

Para Gilbraz, Web permite recriação
do espaço litúrgico das religiões
“Caros amigos, eu acabei de lançar o News.va. Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo! Com minhas orações e benção, Benedictus XVI”. Esta mensagem histórica foi publicada no Twitter pelo Papa Bento XVI, há pouco mais de uma semana, para anunciar o lançamento do novo portal de notícias do Vaticano. Sentado em uma cadeira e rodeado por outros líderes da Igreja Católica, o pontífice dirigiu o dedo indicador para a tela de um iPad, que estava apoiado em uma mesa do Palácio Apostólico, acionou o botão publicar e postou aquele que seria o primeiro tweet de um papa. Considerada conservadora, a Igreja Católica demonstrou com a ação mais uma tentativa de aumentar a sua presença na web e nas redes sociais. Porém, além dos católicos, seguidores de outras religiões também se renderam à internet e passaram a utilizá-la como instrumento de propagação das suas doutrinas. Os serviços ofertados por algumas entidades em sites vão de orações em formato MP3 a transmissões ao vivo de cerimônias religiosas.

Mesa de edição ajustada, notebooks ligados, técnicos a postos e as quatro câmeras filmadoras devidamente posicionadas. Está tudo pronto para começar a transmissão online de mais um culto da Igreja Presbiteriana das Graças, no Recife. Idealizado pelo analista de sistemas Fernando Câmara, o projeto de transmissão das cerimônias - realizada via streaming - ganhou rapidamente a adesão dos pastores e seguidores da entidade. “Com o constante avanço da internet, a Igreja viu a necessidade de propagar o Evangelho também na rede”, explica Câmara, que é coordenador de mídias da instituição. A estrutura quase profissional utilizada pela Igreja na montagem e execução do aparato tecnológico conta com a participação de dez pessoas, sendo uma para edição de legendas.

Segundo Fernando, foram investidos cerca de R$ 80 mil no projeto, que também incluiu a compra de uma placa de captura de áudio e gravadores de DVDs. Para assistir o culto online, basta acessar o site da Igreja Presbiteriana das Graças e clicar no link “Culto Ao Vivo”, localizado na parte direita da página. “A conexão que utilizamos tem capacidade para suportar 100 usuários simultâneos, porém, já houve picos de até 150 pessoas”, comenta Câmara, que, assim como os outros membros, trabalha de forma voluntária. O próximo passo da Igreja, ele já revela: “Queremos ter uma TV 24 horas na web. Em breve, também vamos concluir o portal, onde os fiéis terão acesso às mensagens e avisos atualizados”.

Outra entidade que utiliza a web como instrumento de apoio às atividades religiosas realizadas é a Associação Brasil Soka Gakkai Internacional (BSGI), uma organização não-governamental que se baseia em fundamentados do budismo de Nitiren Daishonin. Através do extranet da entidade, os membros associados têm acesso na internet ao conteúdo do material impresso da organização, como jornais e revistas. Há também links para vídeos, álbum de fotos das atividades e blogs, além de páginas que explicam a história e os princípios budistas. O vice-presidente adjunto da BSGI, Júlio China, ressalta a necessidade de incluir a tecnologia como meio de apoio aos seguidores. “As ferramentas disponíveis na internet se tornaram inevitáveis dentro do contexto da sociedade moderna, porém, precisam ser usadas com comedimento”, alerta. Segundo ele, aproximadamente 150 mil pessoas praticam a religião no Brasil.

Um entusiasta do uso da internet como ferramenta de auxílio aos estudos de Teologia, o teólogo e coordenador do mestrado em Ciências da Religião da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Gilbraz Aragão, acha válida a participação das religiões na propagação dos seus ensinamentos na rede. “Com a tecnologia, é possível recriar o espaço litúrgico, pois você dispõe de estímulos audiovisuais que favorecem a transmissão das experiências”, salienta. Perguntado se há alguma crença que restrinja o uso da internet como instrumento de difusão das suas ideias, ele é taxativo: “Eu duvido que exista no Ocidente uma religião que não esteja aberta a isso (web). Uma das mais reticentes era a Católica, mas veio se abrindo”. Gilbraz mantém um blog sobre o mestrado no qual é coordenador. Nele, são postadas notícias sobre palestras, congressos, além de artigos e dissertações sobre Teologia.

Além de budistas, católicos e presbiterianos, quem também marca presença na rede são os espíritas e evangélicos da Assembleia de Deus. No site da Federação Espírita Pernambucana (FEP), por exemplo, há links para vídeos, mensagens e downloads de materiais relacionados à doutrina espírita. Já a página da Assembleia de Deus, além da transmissão de cultos ao vivo, disponibiliza link para visualização de pregações em vídeo e fóruns de discussão, onde os membros relatam e expõem suas experiências de vida.

Serviço:
www.news.va
www.ipgracas.org.br 
www.bsgi.org.br 
http://crunicap.blogspot.com 
www.assembleia.org.br 
http://federacaoespiritape.org

Veja também no Jornal:
Igreja Católica se rende às redes sociais
Saiba mais sobre o assunto aqui no nosso blog.

2 comentários:

  1. O tema tá quente, Gil? Agora essa pose aí.....tá óoooooooooooootima....rsrsrs
    Por outro lado, as pessoas vêem ainda a religião on-line, numa forma insipiente, isto é, apenas como divulgação de conteúdos doutrinais, mais é muito mais que isso. Embora com pouca interatividade, - este que é o carro chefe da internet (meio)- as religiões não só expõem suas doutrinas, assim como, são interferidas pelo próprio medium. Há, portanto, o sujeito virtual, de identidade múltipla, sem corporeidade, superando espaço e tempo, na tentativa de vencer a efemeridade do corpo...etc. Mariano Vicente.

    ResponderExcluir
  2. Finalmente mudou a foto para uma descente. Agora o nosso mestrado vai bombar de inscritos... kkkkkkkkkkkkk

    Valeu Gil

    ResponderExcluir

Obrigado pela sua participação!