31 de dez. de 2012

JESUS ESTÁ ONLINE

A Revista Istoé edição 2250, que está nas bancas, traz o artigo "Jesus online", assinado por Rodrigo Cardoso, que discute o uso da internet por milhões de católicos e evangélicos no Brasil. Os fiéis começam a buscar conselhos de padres e pastores na WEB, e inclusive participam virtualmente em algumas celebrações cristãs. Porém, como "os meios contêm os fins", as comunidades virtuais estão democratizando as igrejas e recriando, na prática, as suas doutrinas...

"... Ainda não foram produzidas estatísticas capazes de medir o universo do fiel-internauta que procura Deus com o auxílio de um intermediário tecnológico. A rápida disseminação dessa prática entre católicos e evangélicos, porém, é visível e tem pautado estudiosos em comunicação religiosa. Somente nos dois últimos meses, quatro obras que investigam o tema passaram a ocupar as prateleiras do País. Autor de “E o Verbo Se Fez Bit”– a Comunicação e a Experiência Religiosas na Internet” (Editora Santuário), Moisés Sbardelotto verificou uma revolução ao pesquisar como se dava a manifestação religiosa em quatro sites católicos brasileiros. De acordo com ele, o fiel se transformou em coprodutor da própria fé, enquanto a Igreja, em vez de exigir obediência estrita, passou a conceder uma autonomia regulada e permitir, de certa forma, que um membro construa sua própria religiosidade.

Foi o que fez a católica Dulce Ponciano, 59 anos, da cidade de Governador Valadares (MG). Vivendo a cerca de três mil quilômetros de distância do santuário do padre Manzotti, ela criou um perfil no Facebook no ano passado, para interagir com esse sacerdote. Mas se viu, também, solta para dialogar sobre a sua religiosidade, inclusive com pessoas de outras denominações religiosas. Pela internet, então, Dulce ouve o programa de rádio do padre Manzotti ao mesmo tempo que posta as orações. Quase simultaneamente, seus textos são comentados pelo grupo de oração virtual criado por ela, composto por cinco mil membros. “Agora, posso expressar a minha fé de uma maneira mais livre”, diz. “Na igreja, a gente participa, mas não interage. Já a internet é uma grande catequese, uma sala de aula onde a gente debate e aprende.”

Essa desregulação social que marca os espaços disponíveis na rede coloca o fiel-internauta em contato com pessoas de diversas crenças, o que ocorreria em menor grau se ele estivesse dentro de uma igreja física. Está aí o ambiente perfeito para a pluralização religiosa. Sem a vigilância eclesiástica presente, aqueles que preferem não assumir compromissos institucionais com alguma denominação e querem crer sem pertencer se sentem em casa. Outro dado marcante desse novo modelo de vivenciar a fé: a possibilidade de o fiel se expressar de forma anônima via internet permite ao usuário confrontar posições de um líder religioso – ali, em forma de avatar – sem cerimônia, com audácia e coragem. A internet dá poder ao fiel perante as religiões. “No geral, uma denominação não fideliza o devoto por meio de rituais religiosos virtuais”, afirma José Rogério Lopes, da pós-graduação em ciências sociais na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). “Mas essas ferramentas são essenciais para a manutenção diária dos rebanhos...”

Leia o artigo completo por aqui.

Mais no blog:

2 comentários:

  1. Pois não é que o Papa abriu sua conta no twitter!!! Contrariou um (?!) de seus cardeais, para quem "meios como a internet disseminam a recusa à religião"...

    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/71790-internet-descristianiza-o-mundo-afirma-arcebispo-em-aparecida.shtml

    ResponderExcluir
  2. Isso faz parte do Livro do Apocalipse: quando Jesus for visto em todas as partes do mundo... Só a internet consegue isso!! Lálá.

    ResponderExcluir

Obrigado pela sua participação!