Por Gilbraz Aragão.
Acabamos de vivenciar, no Congresso da ANPTECRE na UNICAP, um balanço das tendências demográficas das religiões no Brasil e pelo mundo. As análises apontam para o crescimento de novos movimentos religiosos, bem como para o fenômeno crescente dos "sem religião" e de cristãos evangélicos, dentre eles os "sem filiação denominacional" - muitos dos quais após um trânsito por grupos pentecostais. Apesar do susto do papa Bento em sua visita de 2007 (veja aqui o documentário Continente da esperança), a Igreja Católica continua majoritária no Brasil. Mas seu futuro é problemático (acesse os dados completos do recenseamento a esse respeito por aqui e veja infográfico sobre os números do catolicismo no mundo por aqui).
Um livrinho que circulou entre os congressistas da ANPTECRE, O futuro de deus (de BAKAS, A. e BUWALDA, M. São Paulo: A Girafa, 2011), trazendo cenários globais para o futuro da espiritualidade e análises das megatendências religiosas na nova ordem mundial em curso, dispara: "... A elevação da consciência e o surgimento de novos conceitos religiosos vindos de países multiculturais, como os Estados Unidos e o Brasil, chamados 'novos países', podem levar ao fim das religiões hegemônicas do mundo. A primeira das grandes religiões a desaparecer deve ser o catolicismo romano. Assim como as empresas multinacionais, as grandes instituições religiosas estão hoje muito vulneráveis a mudanças repentinas na opinião pública. A publicidade negativa de padres católicos envolvidos em abuso sexual de crianças é um exemplo disso..." (pg. 17). Os autores também reconhecem que o catolicismo oferece notícias boas de cuidado e sentido para a vida, mas dependendo do contexto...
Já em abril passado, fomos alertados por uma edição do Programa "Geopolitis", intitulada "Catholicisme: quelle Église pour le pape?", de que a Igreja católica cresce em certos rincões, mas diminui em lugares que nem o nosso, e mesmo que "... o catolicismo poderia desaparecer do Brasil e da Guatemala em trinta anos", se as atuais projeções estatísticas prevalecerem. A análise parece, talvez, alarmante para os católicos, mas provém de uma equipe multidisciplinar especializada em geografia política. Preparado pela "Radio Télévision Suisse (RTS)", o programa europeu sobre geopolítica está disponível na internet e é dividido em quatro partes: o contexto, a reportagem, o convidado (no caso, André Kolly, jornalista de informação religiosa) e o editorial. Além da emissão televisiva do programa (em francês) sobre o catolicismo pelo globo, o site Geopolitis ainda traz sobre essa edição um fórum de discussões, atualidades sobre os evangélicos, infográfico sobre as dinâmicas religiosas no mundo e reportagens sobre as várias faces do cristianismo...
"Um bilhão e duzentos milhões de católicos no mundo! É a cifra estimada no último anuário pontifício, que estipula igualmente que o número de católicos vem crescendo há anos. Um crescimento aumentado no início deste século, mas com grandes disparidades em escala mundial. O catolicismo recua na Europa e mesmo na América do Sul, continente onde ele é contudo mais presente. Porém, ele progride na África e na Ásia do Sudeste. O papa Francisco, o primeiro vindo de um país do Sul, dirige uma Igreja na qual um em cada cinco seres humanos se reconhece e cujos centros de gravidade estão doravante fora do continente europeu. Qual é mesmo o estado atual da Igreja católica? O papa Francisco vai modificar os seus rumos? Como ficam as outras grandes religiões? Geopolitis mergulha na situação da Igreja católica face a si mesma e frente às outras religiões".
Assista ao programa (em francês) por aqui.
Há cada vez menos católicos em Portugal e cada vez mais protestantes/evangélicos e Testemunhas de Jeová, revela um estudo do Centro de Estudos de Religiões e Culturas da Universidade Católica Portuguesa...
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