14 de jun. de 2013

AS CONFRARIAS NOS PALCOS DO RECIFE


Peça de Jorge Andrade (1922-1984), "As Confrarias" traz a personagem Marta enfrentando qualquer obstáculo para conferir dignidade ao filho José, depois da morte. O drama dessa mãe, situado no período colonial, foi escrito em 1969 mas, por conta da censura militar, só é contado agora nessa encenação pernambucana assinada por Antonio Cadengue - nosso velho conhecido por usar a sensualidade como crítica de costumes.

As confrarias (Irmandades ou Ordens Terceiras) são associações religiosas de leigos no catolicismo tradicional, que se reuniam para promover o culto a um santo e a ajuda mútua entre os membros, incluindo o sepultamento digno em seus cemitérios. Surgiram na Europa durante a Idade Média e espalharam-se nas colônias portuguesas, tendo sido responsáveis sobretudo pelo Ciclo Mineiro das Missões - onde as Ordens de Religiosos eram impedidas por conta do tráfico de minérios.

Marta busca um solo sagrado para enterrar o corpo de José, morto por suspeita de conspiração e carregado numa rede durante a encenação. Em sua "via crucis", ela percorre as sedes de quatro confrarias religiosas do período da Inconfidência Mineira do século XVIII, a da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte Carmelo, a do Rosário, a Irmandade de São José e a da Ordem Terceira das Mercês, fazendo aflorar seus interesses econômicos, preconceitos, ressentimentos, ódios e ambições. A peça está em cartaz no Recife pela Companhia Teatro de Seraphim, no Teatro Barreto Júnior (Rua Estudante Jeremias Bastos, Pina). R$ 10 e R$ 5 (bilheteria abre às 19h). Até dia 30 de junho (de quinta a domingo, 20h).

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