22 de nov. de 2012

AÇÃO DE GRAÇAS NO MARCO ZERO




Cresce no Brasil um movimento sociocultural e amplamente ecumênico com o propósito de resgatar a celebração do DIA NACIONAL DE AÇÃO DE GRAÇAS, e Pernambuco é um dos pontos mais fortes desse reavivamento. O objetivo do grupo promotor, segundo o seu site, é estimular na nação brasileira a cultura de gratidão a Deus, às pessoas, às instituições, à Pátria; incentivando a celebração do Dia de Ação de Graças nas famílias e nas praças. A festa remonta às celebrações de colonos protestantes ingleses, pelas boas colheitas obtidas nos Estados Unidos - onde hoje transformou-se em feriado para comer peru com os amigos e desfilar pelas ruas.

A retomada dessa celebração, que até virou lei no Brasil mas caiu no esquecimento entre a gente e cuja história inclusive já foi pesquisada aqui pelo Mestrado em Ciências da Religião da UNICAP, visa perpetuar também o sonho do embaixador brasileiro, o pernambucano e católico Joaquim Nabuco, que, em 1909, ao final da primeira missa pan-americana no Dia de Ação de Graças, celebrada na Catedral de São Patrício em Nova Iorque, emocionado declarou: “Eu quisera que toda a humanidade se unisse, num mesmo dia, para um universal agradecimento a Deus”.

A celebração estimula o princípio da inclusão e do compromisso social, vinculando o ato da gratidão ao ato da doação, visando a diminuição da violência e a promoção da paz. Por isso, há várias campanhas de assistência social espalhadas pelo Recife, desde a semana passada. E o Dia Nacional de Ação de Graças de 2012 será comemorado nesta quinta-feira (22) com um grande evento aberto ao público no Marco Zero, começando às 17h com shows de Nando Cordel, Glícer Regina, Irmão Lázaro e padre Reginaldo Manzotti. Quem for, pode levar 1 kg de alimento e doar no caminhão dos Correios, para os flagelados da seca.

O evento será transmitido ao vivo também por aqui.

2 comentários:

  1. maravilhoso e essencial

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  2. ... Não podemos usar a ação de graças como argumento para atribuir a Deus, ou ao destino e à vida, coisas que nada têm a ver com Deus ou com a bênção da vida. É provável que até hoje, muitas pessoas atribuam a Deus a riqueza que possuem, o êxito que tiveram ao explorar os outros ou o fato de que outros morreram, mas a tal pessoa que agradece escapou sã e salva. Há movimentos espiritualistas, católicos e evangélicos, que leem ao pé da letra o versículo do salmo que diz como palavra de Deus para o seu fiel: “Podem cair mil ao teu lado, dez mil à tua direita, a ti nada de mal atingirá” (Cf Salmo 91, 7). Sobre tudo isso, é preciso deixar claro: o Deus que salva alguns privilegiados e deixa morrer ou sofrer uma porção de outros filhos não é pai de todos. Ao contrário, é o Deus do capitalismo selvagem. Não merece nossa adoração. É o ídolo ao qual os ricos podem agradecer o fato de ter uma casa confortável, o carro do ano ou uma boa conta no banco. Assim, no dia de ação de graças, uma pequena elite tem muito o que agradecer, enquanto a multidão dos empobrecidos ou agradece os bens espirituais, já que não possuem nada, ou iludidos e alienados, agradece ao Deus da elite os benefícios dados aos seus patrões. Na Bíblia, o livro dos Salmos é a coleção dos hinos de louvor e agradecimento a Deus. Os salmos nos ensinam a um louvor que sempre une a pessoa que ora à comunidade de todo o povo de Israel e à história real da humanidade. A relação com Deus não se dá na legitimação das estruturas injustas. No mundo, ocorrem muitas coisas que não são do agrado de Deus e nem correspondem à sua vontade. Agradecer a Deus a obtenção de riquezas injustas é insultá-lo e chamá-lo de protetor de ladrões e malfeitores, diz o livro do Eclesiástico (Eclo 18, 34 ss). Os evangelhos contam que Jesus agradeceu ao Pai de uma forma muito diferente: “Pai, eu te agradeço, porque escondeste tuas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos simples e aos pequeninos” (Mt 11, 25).
    Marcelo Barros.

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