De um lado, temos a anatomia divinal feminina, aqui chamada de “Vênus”, deusa da fertilidade, da beleza e do amor no panteão romano, mas representando um arquétipo feminino universal, presente em quase todas as mitologias, seja sob o nome de Afrodite, ou de Ísis, ou de Oxum... Vênus, nascida do mar, na concha, molhada, o que vale dizer: sensual, oferecida, pronta para o amor – e este convite nunca foi tão forte quanto nas obras de Valeria, que, com seus oceanos de camadas e texturas, nos seduz e nos provoca a mergulhar sempre mais fundo dentro do desenho.
Do outro lado, temos as divindades fálicas, simbolizadas por "Príapo", deus dos jardins e da fecundidade, responsável pela fertilidade não apenas das mulheres, mas também do gado, da terra e das colheitas. Nestas representações, as aquarelas de Valeria parecem dissolver e amaciar a violência tipicamente associada com o órgão genital masculino, resultando numa coleção de falos irresistivelmente doces e coloridos. Mas não se deixem enganar: atrás das flores e dos enfeites, ainda temos um Príapo macho, vibrando com toda sua força e seu poder procriador.
A exposição fica em cartaz até o dia 31 de agosto e o horário de visitação segue o do estabelecimento: segunda, das 18h à 1h; terça, das 12h às 16h; de quarta a sábado, das 12h às 16h e das 18h à 1h; e domingo, das 12h às 18h. O Maison do Bomfim fica na Rua do Bonfim, 115, Sítio Histórico, Olinda.
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