Acima um trecho de "Na rota dos Orixás", que condensa um filme maior: "Atlântico negro". O documentário, como o filme, é dirigido por Renato Barbieri e mostra a diáspora negra - o tráfico negreiro entre a África e a América, que espalhou o povo negro pelo continente. Investiga a cultura de resistência de afro-brasileiros e suas diversas manifestações, dentre as quais o culto aos Orixás é importante esteio religioso e psico-social. O Documentário realça a relação entre comunidades da Bahia, de Pernambuco e do Maranhão e do atual Benin. Essas referências talvez nos ajudem na reeducação da sensibilidade brasileira, que olha para os negros como gente que não tinha história e valores, que foi trazida a esmo para cá pelos beneméritos navegadores europeus - e ainda foi libertada pela bondade da nossa princesa Isabel!
Aos olhos dos europeus colonizadores, as culturas dos escravos eram um conjunto de costumes selvagens, que deveriam ser domesticados. Em parte essa visão persiste, pois enquanto citamos portugueses, ingleses, franceses, japoneses, americanos, etc, continuamos nos servindo apenas de termos genéricos para outros, como os vindos da África - ou os índios. Com isso, reduzimos a dimensão das várias áfricas ou os vários povos indígenas que existem. O documentário de Barbieri retrata um pouco da pluralidade e da criatividade afros no solo brasileiro: no Maranhão, por exemplo, há terreiros de candomblé que ainda são um pedaço da cultura viva do Daomé. Por outro lado, grupos africanos voltaram para lá, levando o sincretismo católico-candomblé, o bumba-meu-boi e cantigas de roda...
Você também pode assistir aqui ao documentário
"Atlântico Negro, na Rota os Orixás" completo, em seis partes.
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