Michel Maffesoli (procurando o Segredo?!) |
Arriscamos fazer algumas recomendações, pra quem se dedica aos estudos religiosos. Dia 20 à tarde tem uma Mesa-redonda sobre "A busca da transcendência em narrativas do século XX", que vai analisar a religiosidade em textos de Guimarães Rosa, Murilo Rubião, Franz Kafka e Lygia Fagundes Teles. Dia 21 pela manhã outra Mesa-redonda vai tratar dos "Segredos de deuses e de espaços na poesia contemporânea", trabalhando textos de Lya Luft, Hilda Hilst e Dora Ferreira da Silva. Além disso, dois Fóruns também podem ser muito atrativos: dia 21, o Fórum IX tem por tema "Educação e religiosidade: imaginários do segredo" e será coordenado por Eunice Simões; dia 20 o Fórum XII trata de "Religiões, história e imaginário: o ensegredamento do mito na academia ocidental" e será coordenado por Carlos André Cavalcanti. Ambos os coordenadores são professores de Ciências da Religião no Mestrado da Federal da Paraíba. Muitos colegas da nossa área de Teologia e Ciências da Religião, de vários Programas de Pós, também farão comunicações nos Fóruns.
Uma última sugestão: a conferência do dia 21 às 8h30 será sobre "O segredo ou as duas vias do sagrado". Proferida por Jean-Jacques Wunemburger, de Lyon 3, França, ela se anuncia com o seguinte resumo: "Segredo de família, segredo de Estado, segredo médico, tantos momentos onde se escondem saberes. Uns podem ser revelados pela violência, outros aproximados com pudor. Não estariam aí evidentes práticas do sagrado e de sua manifestação? Mas que diferenças há entre a transgressão do que é interdito e a busca de uma profundidade, mantida em recuo? Não permite o segredo apreender os dois imaginários do sagrado, que se opõem como “animus” e “anima”, o diurno e o noturno, o duplo mistificador e o termo de uma iniciação? Mas se toda sociedade e toda cultura ativaram estas duas vias, freqüentemente na ambivalência, como se transformam hoje estes imaginários face à tirania da transparência e da exibição dos corpos, dos afetos, assim como dos pensamentos? Que imaginários permitiriam reativar a estética e a ética do segredo, que talvez seja a própria fonte do imaginário, que não se desdobra senão sobre o fundo de um jogo sutil entre o que se mostra e se esconde?". Quem quiser saber de mais segredo - e prescrutar o sagrado - venha imaginar junto em Boa Viagem!
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