Por Tiffany Valente, no Boletim UNICAP.
Nessa terça-feira (12), às 20h, o Magnífico Reitor e professor do Mestrado em Ciências da Religião da UNICAP, Padre Pedro Rubens, fez uma conferência magna com o tema: Novas fronteiras da educação – uma tradição aberta ao futuro, na abertura do Congresso Educação Jesuíta – Brasil, com o tema Rumo às Novas Fronteiras, promovido pela Fundação Fé e Alegria do Brasil (FyA), sediado na Universidade Católica de Pernambuco. O evento ocorreu no auditório G1 da Católica.
O Reitor Padre Pedro Rubens iniciou falando que a mundialização é uma evidência, tanto para quem está no “centro de São Paulo ou de Nova York, no sertão do Nordeste ou em qualquer povoado do planeta. E que menos evidente, porém, é que o mundo em rede esteja mais humano. Paradoxalmente: mais possibilidades, menos senso de humanidade. Humanizar o mundo tornou-se, portanto, uma tarefa educativa primordial”.
Padre Pedro explicou que a educação jesuíta assume essa tarefa a partir de uma tensão que lhe é própria: por um lado, a educação faz parte do próprio carisma, inspirado na experiência dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola; Por outro, ela se encarna em instituições tão contingentes quão indispensáveis; Essa tensão é vital e nela se fundamenta a necessidade constante de discernimento, entre tradição e inovação.
Diante de novos cenários, ele citou que na 35ª Congregação Geral Jesuíta (Roma, 2008), a educação não foi tratada de forma particular, mas as opções apostólicas anteriores foram confirmadas e foi lançado um apelo à redescoberta do carisma Inaciano, na busca de novas fronteiras. Ao falar sobre a perspectiva universal e tradição particular, o Reitor Padre Pedro Rubens mencionou a UNESCO na obra de E. Morin “Os sete saberes necessários à Educação do Futuro”, onde fala que uma forma de redescobrir o carisma de uma tradição “é colocá-lo à prova de novos desafios e linguagens”.
Diante da concepção “universalizante” de Edgar Morin, Padre Pedro Rubens buscou resgatar elementos fundamentais da tradição jesuíta, indicando alguns deslocamentos próprios da dinâmica inaciana, seguindo a pista dos Sete Saberes: do risco do erro ao risco da experiência; da incerteza ao mistério; da pertinência à excelência; da compreensão mútua à solidariedade; da identidade terrena à identificação com o Filho de Deus; da condição humana à opção pelo humano; da antropoética à ética da alteridade.
Padre Pedro destacou ainda que uma das maiores contribuições da educação num mundo globalizado é igualmente proporcional à nossa capacidade de participar de redes e de afirmar nossa singularidade, sem negar a diversidade reinante nem se diluir nela. Recordar essas características e dinâmicas, em diálogo com linguagens contemporâneas, é uma manifestação da atualidade da tradição jesuíta e um bom exercício de redescoberta do carisma educativo inaciano. “Embora vindos de lugares diferentes e de instituições bem distintas, há um sentimento de ‘pertença’ à essa tradição comum, que nos permite pensar no ‘continuum’ educativo jesuíta”, mencionou.
Traz como objetivo promover o aprofundamento do conhecimento: superar a globalização da superficialidade e a exclusão suscitada pela sociedade do conhecimento; contribuir para a construção de uma sociedade sustentável; redescobrir a universalidade da missão, através das redes de cooperação entre o ministério educacional e ação social, o trabalho popular e apostolado intelectual e a inserção local e missão universal; repensar o ministério acadêmico e as instituições educativas jesuítas, a partir de nossa tradição comum e rumo às novas fronteiras.
“É bom estamos no meio universitário reinventando a missão. Afinal, tudo começou com um pequeno grupo de jovens universitários idealistas que transformaram sonhos em projetos e realizações. Melhor ainda seria imaginar o que poderemos fazer com os meios e oportunidades de que dispomos se nós tivermos a ousadia e a criatividade dos primeiros companheiros”, concluiu.
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