15 de out. de 2010

ESTUDO DA RELIGIÃO

Aconteceu na Federal de Natal, Campus Universitário da UFRN, nos dias 7 e 8 de outubro, um Seminário Epistemológico do Estudo da Religião. Estivemos representados por um professor e diversos estudantes, que apresentaram comunicações e participaram dos debates. Veja a seguir um resumo da palestra de Drance e as fotos de Alex Fajardo:

SIMBOLISMO RELIGIOSO E EPISTEMOLOGIA
PROF. DR. DRANCE ELIAS

A vida em sociedade resulta de processo cultural que inclui a produção dos símbolos, os quais expressam determinada visão de mundo comum, manifestando-se em várias formas de comunicação, tal qual a linguagem, comportamentos, artefatos materiais, etc. Os símbolos instituídos têm capacidade de influenciar e controlar o comportamento humano.

O símbolo reencanta o mundo. Sempre. A força esclarecedora da razão é insuficiente como instrumento absoluto de explicação e resposta aos problemas que se mostram no palco da trama histórica da vida humana. Há uma riqueza de símbolos que delimitam não só o universo específico das religiões, mas também toda a realidade social. Movimentamo-nos numa dança de símbolos que exige um cuidado quanto ao modo de apresentá-los e interpretá-los.

A questão simbólica não é demarcada pelo caminho da linguagem conceitual, pois as imagens que brotam do seu interior não são vazias, indecifráveis ou complicadas. Caso fosse assim, o mundo das coisas religiosas – mundo prenhe de imaginação – não deixaria livres as criações do espírito: “Assim, a religião não seria o que é se não concedesse um lugar às livres combinações do pensamento e da atividade, ao jogo, à arte, a tudo o que diverte o espírito fatigado com o que há de sujeição excessiva no trabalho cotidiano” (DURKHEIM).

De forma que, ativando uma hermenêutica adequada, os símbolos podem também transformar relações sociais. Além de inerentes à experiência religiosa nas suas diversas modalidades mítico-rituais, eles integram a cultura dos grupos ou sujeitos oprimidos, os quais podem utilizar figuras e estruturas religiosas de diferente proveniência, voltadas para o resgate da condição de marginalização a que têm sido reduzidos.

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