1 de nov. de 2013

MAFFESOLI NO MUSEU

Pós-modernidade e o retorno das emoções coletivas é o tema da conferência que será feita pelo sociólogo francês Michel Maffesoli. O evento, promovido pela diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte da Fundação Joaquim Nabuco, será realizado nesta terça-feira (5), às 16h30, no auditório Benício Dias do Museu do Homem do Nordeste (Casa Forte, Recife, telefone 81 3073-6335). A conferência é aberta ao público.

O evento faz parte de uma ação do protocolo de criação do Centro Interdisciplinar dos Estudos sobre o Atual e Cotidiano, projetado pela antropóloga Ciema de Mello e firmado pelo presidente da Fundaj Fernando Freire com o acadêmico francês. O objetivo é dotar o Museu do Homem do Nordeste de um centro de pesquisas capaz de subsidiar seu processo de requalificação conceitual.

Michel Maffesoli, professor da Sorbonne, diretor do CEAQ (Centre d’études sur l’actuel et le quotidien – Paris V), é autor de mais de 20 livros (entre eles “A transfiguração do político” e “A dinâmica da violência”), todos traduzidos em português. As fontes de seu conhecimento incluem diálogos entre a cultura francesa e a brasileira.

As suas propostas teóricas dizem respeito a uma realidade vivida no cotidiano em cada esquina aqui do Brasil. Diz que “a compreensão íntima dos objetos se realiza na relação com a vida cotidiana. São os poetas e os artistas (antes até do que os teóricos), os que têm essa intuição”. Para ele, assim como para Malraux (Les Voix du Silence), através do Museu é possível transcender as dicotomias. Museu de imagens e devaneios: “interminável e fraterna lenda dos séculos”, que se opõe à morte, à loucura, à desadaptação, ou à segregação racista: é a vida do espírito.

O pensador francês, conhecido por seguir na contracorrente do senso comum intelectual, tem mostrado através de sua obra, que amar a vida não é ‘pecado’. Significa dizer que seu trabalho tenta apreender certo vitalismo emergente, um querer viver aqui e agora, um presenteísmo, geralmente obnubilado pelas análises racionalistas das filosofias modernas.

Por outro lado, Maffesoli preocupa-se em compreender os sinais de mudanças que se apresentam na cultura contemporânea, ou seja, interessa-se pelos novos modos de estar junto. São as tribos pós-modernas que nos revelam o retorno a um arcaico, a uma esfera lúdica na vida social. O sociólogo francês assinala que a pós-modernidade diz respeito a um retorno às raízes.

O enraizamento dinâmico se refere a um querer viver apegado ao presente, ao mundo sensível da estética e da emoção, reencontrando na predominância do instante a vitalidade desgastada pelos ideais progressistas do século XVIII. Daí, o sucesso da palavra Imaginário na cultura contemporânea, para Maffesoli. Embora em certo sentido a palavra se banalize, ela remete a “um retorno com força da cultura, à prevalência do imaterial, a presença do invisível”.

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