24 de abr. de 2013

LUXÚRIA MALDITA?!


O Café Filosófico CPFL é um programa produzido pela CPFL Cultura desde 2003, que mantém sua versão online no site www.cpflcultura.com.br, permitindo que qualquer pessoa conectada assista às palestras e participe dos debates pelo chat, inclusive com a possibilidade de enviar pergunta ao palestrante. Na série são revisitados conceitos que levaram às mudanças de pensamento e atitude dos indivíduos na sociedade contemporânea, como as relações afetivas, a arte, o corpo, a evolução da família, a (des)construção dos gêneros e dos papéis masculino e feminino, o mercado de trabalho, o envelhecimento e a longevidade.

Neste ano o Café Filosófico desenvolve o Módulo Os 7 prazeres capitais – pecados e virtudes hoje.
O afã de normar classificou como 7 os pecados que levam o homem à perdição. São capitais, pois pertencem à categoria de erros que geram novos erros. Eles apresentam, de muitas formas, caminhos para compreender as pessoas e seus comportamentos mais usuais.  O ciclo discute ações humanas sob o prisma de especialistas em diversas áreas. Pecar seria um desvio da nossa natureza ou a virtude em si é que nos afastaria do que somos de fato? A virtude seria a exceção e uma construção de moralistas e o pecado seria nosso “natural”?  O prazer de pecar e o afã de normar orientam este ciclo. Com curadoria de Leandro Karnal, historiador e professor da Unicamp, as reflexões em torno da temática irão discutir as ações humanas sob o prisma de especialistas em diversas áreas.

Nesta sexta, o Café Filosófico trará o tema A castidade impossível, a luxúria maldita. A luxúria é um dos pecados mais sérios. Através dela nos perdemos na escravidão do desejo pelo corpo. A castidade (que não deve ser confundida com virgindade) é o correto uso do desejo pelo corpo. A imagem mais comum da perda da castidade é a pessoa que faz sexo sem amor, a mulher fácil, o homem promíscuo. No mundo contemporâneo, a luxuria se confunde com a liberdade sexual, mas passada a euforia, nos perguntamos: o excesso no sexo é sempre infeliz? Autores como Marques de Sade (para o qual a luxuria é libertação) e Pauline Réaje (autora do clássico de luxuria “História de O”, para quem a luxúria feminina é um ato de amor louco) a luxúria é uma experiência que quem não praticou ainda não viveu e a castidade um engano psicológico e afetivo, uma “perda de tempo”. Por outro lado, para o cineasta Kieslowski, autor da série “Decálogo”, a luxúria é um marco da infelicidade contemporânea por que faz dos homens seres cegos pro amor, confundindo-o com esperma na boca de uma mulher solitária. Por sua vez, a mulher solitária abre sua boca sem pensar que algum homem pode de fato amá-la.Por fim, o filme “Shame” de Steven Macqueen, se pergunta se a luxúria não seria uma patologia psicológica que se alimenta da impossibilidade do vínculo afetivo. Em síntese, pode haver amor verdadeiro num sexo oral feito no banheiro de um restaurante?

O palestrante é Luiz Felipe Pondé: filósofo, doutor em Filosofia Moderna pela USP/Universidade de Paris e pós-doutor pela Universidade de Tel Aviv, Israel. Professor de Ciências da Religião da PUC-SP e da FAAP, é colunista da Folha de S.Paulo e autor dos livros Do pensamento no deserto, Conhecimento na desgraça, O homem insuficiente (todos pela Edusp), Crítica e profecia (pela Editora 34) e do best-seller Contra um mundo melhor, publicado pela Leya em 2010.

Sexta 26 de abril, 19h

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