31 de mar. de 2013

VIA SACRA LATINOAMERICANA




Por ocasião dos 500 anos do começo da conquista da América Latina, a Misereor (instituição dos católicos alemães para a cooperação e o desenvolvimento) pediu ao Prêmio Nobel da Paz argentino, Adolfo Pérez Esquivel, numa espécie de "desagravo simbólico europeu", que pintasse com as nossas "cores" as 15 estações da Via Sacra (veja cada quadro aqui no seu site). Neste vídeo, produzido pelo artista Juan Varni, as pinturas ganharam o acompanhamento musical da compositora Amanda Guerreño e mostram a vida de Cristo através da caminhada dos pobres da Pátria Grande latino-americana, lutando contra o seu empobrecimento, em meio às guerras do mundo, da fome e das desigualdades sociais, das ditaduras e repressões, dos graves problemas ambientais que o sistema explorador global traz consigo.

Na última estação, Jesus, que acompanha o povo em suas lutas por mais vida, aparece ressuscitando através de um arco-íris de meninos da rua, mulheres e homens indígenas, bispos, trabalhadores rurais, religiosas, operários pobres que acreditaram no companheirismo e cooperativismo. Cristo retoma o mesmo caminho de sofrimento de todos eles e suporta os seus mesmos fardos. Como ressuscitado, coloca-se ao lado do povo oprimido, dos acusados, porque com fé no amor de Deus eles oferecem também as suas vidas por outros. O "tratado teológico" de Esquivel e companheir@s serve, nesta páscoa, pra gente não esquecer da cruz e dos crucificados.

"Somos fuliginosos, perplexos, desgarrados e tristes. Somos seres humanos, transmudados por Cristo, homem divino. Somos bichos da terra, tão pequenos, mas o fogo do amor de Deus mora em nós. Por isto, temos a possibilidade da louca alegria. Cristo bailarino. Cristo dançarino. O mais próximo Próximo. Ali, na esquina, está ele, e nos olha. Naquele bar, naquele beco, naquela masmorra, hospital ou cortiço. Onde a carne sofre, aí está o Cristo, crucificado. Onde a carne ama, aí está o Cristo, glorificado. Onde está o homem, aí está o Cristo, suprema possibilidade do humano. Aqui" (Hélio Pellegrino. A burrice do Demônio. Rocco, 1989).

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