19 de jan. de 2013

TRIBUTO A AARON SWARTZ

imagem: wikipedia
Aaron H. Swartz foi um judeu que defendeu a cultura universalmente livre, um programador americano, escritor, organizador político e ativista na Internet. Swartz (veja aqui sua página pessoal) ajudou a desenvolver a rede social Reddit e o Creative Commons - licença que libera conteúdos sem a cobrança de direitos por parte dos autores - e, já aos 14 anos, participou da criação do RSS, mecanismo que avisa sobre atualizações de sites. Fundou o grupo ativista online Demand Progress e era também membro do Centro Experimental de Ética da Universidade Harvard. Em 2011, foi preso por compartilhar artigos em domínio público distribuídos sob cobrança pela revista científica JSTOR, acusado pelo governo dos EUA de crime de invasão de computadores, podendo pegar até 35 anos de prisão pelo fato de ter usado formas não convencionais de acesso ao repositório da revista. Swartz cometeu suicídio em 11 de janeiro de 2013, aos 26 anos. Hackers invadiram o site do MIT, que fez a denúncia contra Swartz, e acadêmicos o homenagearam divulgando links para download gratuito dos seus próprios artigos.

O colega Rafael Zanatta, do blog E-mancipação, escreveu um belo artigo em homenagem a esse "guerrilheiro da internet livre": "O (suposto) suicídio do gênio da programação e ativista Aaron Swartz não é somente uma tragédia, mas um sinal da enorme dimensão do conflito político e ideológico envolvendo defensores de uma Internet livre e emancipatória, de um lado, e grupos organizados dentro do sistema que pretendem privatizar e limitar o acesso à produção intelectual humana, de outro. (...) Diante da turbulenta vida do jovem Swartz e seu projeto político de luta pela socialização do conhecimento, difícil crer que o suicídio tenha motivações estritamente pessoais, como uma crise depressiva. A morte de Swartz pode significar um alarme para uma ameaça inédita ao projeto emancipatório da revolução informacional. O sistema jurídico está sendo moldado por grupos de interesse para limitação da liberdade de cidadãos engajados com a luta de uma Internet livre. Tais cidadãos são projetados midiaticamente como inimigos desestabilizadores da ordem (hackers). Os usuários da Internet, sedados e dominados pela nova indústria cultural, pouco sabem sobre o que, de fato, está acontecendo mundo afora.

(...) Há muito o que extrair das falas, dos textos e das ações do gênio da informática Aaron Swartz. Ativista político, sociólogo aplicado, defensor da Internet livre, criador de mecanismos de compartilhamento de dados e crítico da forma como a sociedade global está se estruturando contra as liberdades básicas, Swartz deixa aos jovens da era da Internet um forte recado revolucionário: a mudança começa em cada um. Todo indivíduo possui autonomia para pensar e contestar o que está posto. Além de contestar, a ação colaborativa pode modificar as instituições existentes em uma perspectiva pós-capitalista. O conhecimento pode ser compartilhado, softwares podem ser desenvolvidos em conjunto e projetos podem ser executados com o financiamento coletivo. Informação é poder. Swartz enxergou muito além do que seus contemporâneos e tentou mobilizar os usuários de Internet para construção de um outro mundo..."

Leia aqui o artigo completo, com vídeos de referência.
 
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