.
O versículo que inspira a Campanha pertence ao evangelho de João, um texto escrito para uma comunidade asiática muito dividida, com muitas brigas, buscando criar caminhos de unidade. Eram comunidades lideradas, também, e preferencialmente por mulheres. Brigavam entre si os(as) seguidores(as) de João Batista, os gnósticos, os judaizantes, para falar apenas de alguns grupos. A seqüência do texto: "ouvimos a sua voz, mas não sabemos de onde vem, nem para onde vai "; é parte da mensagem de Jesus. Tem um sentido claramente missionário, pois estamos todos(as) a serviço do Espírito, deste vento que sopra e tem um nome: Liberdade! O trecho é parte do texto que tem a controvérsia de como podemos nascer de novo, como podemos nascer do Espírito.
Toda experiência religiosa é sempre um nascimento novo, um renascer. No candomblé há essa fé muito arraigada da comunidade com a ancestralidade, onde se entende que somos todos(as) um. É a união do Orum com a terra. Todos(as) estamos ligados(as) e os orixás nos fazem viver essa força, o axé. O axé tem essa dimensão de vir de não se sabe onde e seguir para qualquer lugar, é o vento que sopra, é a força do Espírito. É interessante que na doutrina judaica não há, propriamente, uma teologia do Espírito Santo, porque o monotéismo judaico não distinguiu as três pessoas da divindade, como o fez o cristianismo. Porém, o judaísmo fala da Ruah, o sopro de Deus.
.
A imagem do sopro, da brisa, está no livro dos Reis, na história de Elias, por exemplo, que ouve trovões, barulhos fortes e depois ouve a brisa, e na brisa é que Deus se revela. A brisa, o vento que sopra, Deus que se mostra para cada uma e cada um de nós, como essa força unificadora, que nos faz buscar sermos aquelas e aqueles que buscam fazer a terra ser habitável para todas e todos, na força do Espírito, com o axé, na busca da Maíra de tudo, a Terra sem Males dos Guarani (Jorge Atílio Iuanelli)...
.
Mas há gente que não alcança uma espiritualidade comum, entre e para além das religiões, e não vislumbra um sonho compartilhado, em meio aos sons diferentes das religiões (veja exemplo abaixo, comentado em programa da Federação Israelita do Rio):
A REJU estava na Parada Gay, e eu estava junto!!!
ResponderExcluirhá, há!
ResponderExcluirquem vê, pensa...