18 de dez. de 2010

GTs PARA O III CONGRESSO ANPTECRE


III CONGRESSO NACIONAL DA ANPTECRE
Tema: Teologia e Ciências da Religião: interfaces
Local: Universidade Presbiteriana Mackenzie
São Paulo, 02-04 de maio de 2011

Atenção, minha gente: o Comitê Científico divulgou os GTs aprovados para o Congresso da ANPTECRE, que é o maior evento da nossa área de estudos e pesquisas. O envio das ementas das comunicações pelos interessados (professores e pesquisadores enviam diretamente e estudantes através e com aval dos coordenadores de programas) será até o dia 10 de fevereiro de 2011, para o e-mail de referência do GT escolhido.

O formato da proposta de comunicação deve conter: Título do GT (em negrito); Título da Comunicação (em negrito); Nome completo do(s) proponente(s), seguido da sigla da instituição; Ementa (máximo de 1600 caracteres (com espaço); Fonte Times New Roman, tamanho 12, espaçamento 1,5; E-mail para contato com o(s) proponente(s).

O anúncio das comunicações aprovadas para apresentação no Congresso ocorrerá até o dia 28 de fevereiro, aqui no site da ANPTECRE. Portanto, não percam tempo e pensem seriamente em compartilhar as suas pesquisas com os colegas. Apresentamos a seguir um resumo dos Grupos Temáticos e dos seus contatos de referência (veja em http://www.anptecre.org.br/ a descrição completa dos GTs e das suas equipes de coordenação):

GT 1: Gênero e Aconselhamento Pastoral
A mudança cultural em curso nas últimas décadas traz novos desafios para o aconselhamento pastoral com o objetivo de apoiar pessoas e grupos na sua busca pelo sentido da vida e no enfrentamento do cotidiano. Entendemos que na América Latina é preciso que o Aconselhamento Pastoral esteja em constante diálogo com sistemas de saúde psíquica e física, com serviços sociais e educacionais, bem como com outros sistemas de apoio, formando uma rede de colaboradores. O Grupo Temático Aconselhamento Pastoral e Gênero pretende consolidar estudos sobre questões de gênero na perspectiva de Aconselhamento Pastoral e de reintegração social de sujeitos (pessoas, famílias, redes sociais ou comunidades) que se encontram em situações de vulnerabilidade.
Referência: VALBURGA SCHMIEDT-STRECK, E-mail: valburga@est.edu.br

Gt 2: Gênero nas Ciências da Religião
O objetivo do GT é o de reunir pesquisadoras e pesquisadores cujos trabalhos envolvam a articulação entre gênero e religião. O GT acolherá propostas de comunicações que discutam aspectos teórico-metodológicos dos estudos de gênero e religião. Também são bem-vindas propostas que avaliem a produção científica sobre gênero dos programas de Ciências da Religião no Brasil.
Referência: SANDRA DUARTE DE SOUZA, E-mail: sandruarte@uol.com.br  

GT3: Religião, Teologia e Economia
A recente crise despertou um interesse maior pela economia. Assistimos um verdadeiro bombardeio de notícias econômicas. Este GT busca estimular uma pesquisa interdisciplinar sobre a relação entre religião, teologia e economia. Reflexões teológicas e das ciências sociais já mostraram as dimensões religiosas e teológicas das lógicas e teorias econômicas contemporâneas, em especial do sistema de mercado capitalista; assim como as dimensões e pressupostos econômicas dos sistemas religiosos. A partir desse pressuposto, este GT pretende discutir questões como: a economia como um lugar teológico ou objeto de reflexão crítica da teologia; aspectos religiosos e teológicos do capitalismo; teologia da libertação e economia; Doutrinas Sociais das Igrejas cristãs e a economia contemporânea; Sagrada Escritura e Economia; globalização econômica, utopias e éticas teológicas.
Referência: ÉLIO ESTANISLAUGASDA ( FAJE – BH ), E-mail: gasdasj@hotmail.com

GT 4: Textos Sagrados
Esse GT objetiva recolher trabalhos focados no primeiro encontro entre filosofia grega e teologia cristã no embate originário pela alma da cultura ocidental. Destarte, será observado de interesse o exame de textos e temas onde seja possível verificar o contato com o pensamento vindo de Atenas e o pensamento de Jerusalém, em sua formulação total no processo pedagógico que redundará na idéia de cristandade. De comum acordo estamos acostumados a pensar o influxo do pensamento grego sobre a literatura cristã. Mais raro, é, entretanto, a investigação contrária, onde é possível identificar o efeito de conceitos cristãos sobre a filosofia pagã dos primeiros séculos. Este GT pretende oferecer um fórum para a discussão de questões teóricas referentes ao papel dos símbolos, narrativas e sistemas religiosos na criação de sentido, sistemas comunicativos complexos e universos poéticos.
Referência: LINDOMAR ROCHA MOTA (PPGCR / PUC Minas), E-mail: lrocha@pucminas.br

GT 5: Ecologia e Religião
O GT visa reunir pesquisadores de Teologia e Ciências de Religião em torno do tema das Interfaces entre a ecologia (compreendida na tríplice dimensão de ciência, paradigma e ética) e a religião no Brasil. Algumas questões norteiam o GT:
- Como a ecologia tem alterado o discurso e as práticas das religiões e das Igrejas cristãs?
- Em que medida as teologias cristãs estão integrando elementos da ecologia na sua reflexão?
- Como a espiritualidade ecológica se compagina com as religiões e suas teologias?
- Qual a contribuição de teólogos contemporâneos sobre a interface da ecologia com a experiência religiosa e sua tematização?
Referência: AFONSO TADEU MURAD (FAJE- bh), E-mail: amurad@marista.edu.br  

Gt 6: Violência e Religião
Este grupo de trabalho tem por objetivo estabelecer um palco acadêmico para a discussão e divulgação de estudos provenientes de pesquisadores comprometidos com o ideário de liberdade religiosa e pluralidade religiosa vigente no país urbano e moderno. Em um cenário religioso competitivo, que se apropriou de mecanismos mercadológicos para a promoção de seus bens de religião, não é incomum a constatação de violência, real ou simbólica, em que se vitima toda a sociedade. As periferias urbanas, regra geral, consideradas, não apenas pelo senso comun, como regiões violentas, apresentam ao mesmo tempo grande diversidade de grupos religiosos. A intensidade da violência religiosa, onde os fiéis são ao mesmo tempo promoventes e destinatários de tais práticas que se disseminam tanto na grande mídia, como nos pequenos nichos sociais, acontece com maior intensidade no contexto urbano, moderno e democrático. A partir de constatação da existência de práticas religiosas violentas, este grupo de trabalho tenta discutir como essas práticas acontecem e como são encaradas em regiões da cidade social, econòmica e culturalmente diferenciadas. O grupo acolhe pesquisadores dos campos das Ciências da Religião, Ciências sociais, teologia e áreas correlatas.
Referência: RICARDO BITUN (Mackenzie), E-mail: rbitun@mackenzie.br  

GT 7: Pluralismo, competitividade, alteridade , intolerância religiosa
O cenário social atual globalizado, multicultural e plural sob vários aspectos pede tolerância e respeito às diferenças. O campo religioso não é indiferente a esse contexto, tendo em vista que assistimos, contemporaneamente, a um emergir de subculturas religiosas que desafiam a hegemonia de determinadas religiões, colocando, no debate, questões acerca da diversidade, da identidade e da alteridade religiosa. Esse quadro configura o que tem sido denominado de pluralismo religioso e dele angariamos um acirrado processo de disputa entre as religiões que transformaram, outrora, crenças baseadas na fé em empresas de salvação que lutam pela hegemonia no mercado da salvação. O GT quer refletir e discutir sobre o fenômeno do pluralismo, da competitividade entre as religiões, da alteridade e da intolerância. Busca-se compreender: atitudes de desrespeito à liberdade, de preconceito às filiações religiosas minoritárias; as estratégias utilizadas pelos vários grupos religiosos, no sentido de conquistar adeptos, o problema da distinção entre delimitação de fronteira identitária e problemas de agressividade e violência, em sentido amplo, entre formas religiosas.
Referência: DRANCE ELIAS (UNICAP), E-mail: drance@unicap.br

GT 8: Religião e Ciência
O presente GT pretende acolher comunicações relativas aos subtemas ligados ao termo guarda-chuva ”Religião e ciência”, entendo-se esta última como ”ciências naturais”. Entre eles, mencionamos: teologia e (cosmologia, mecânica quântica, teoria Darwiniana da evolução, psicologia, etc.), podendo ser também teologias não cristãs; psicologia e religião; abordagens evolutivas da religião, epistemologia desta relação ”religião-ciência”, realismo teológico, fundamentos da bioética, questões ligadas a novas tecnologias. Por uma lado, deseja-se acompanhar a re-leitura da tradição religiosa à luz de novos desenvolvimentos científicos na modernidade. Por outro lado, procura-se desenvolver o aporte da filosofia e da história da ciência para estes temas, assim como das diversas sub-disciplinas da ciência da religião. Valorizamos paradigmas solidamente estabelecidos, tanto no âmbito da teologia como das ciências naturais. A relação entre religião e ciência no ocidente e, mais especificamente, entre a teologia cristã e as ciências da natureza, assumiu historicamente perspectivas que vão do conflito aberto, à separação, à fusão e ao diálogo. Este GT assume uma posição clara: defender o diálogo entre religião e ciência e, para isto, pretende mapear as implicações éticas e sociais do diálogo, ou da falta deste, em alguns setores específicos. Ao assumir uma posição propositiva precisamos mapear a situação e diagnosticar a realidade brasileira, identificando as nuances deste debate no Brasil. Para isto o GT pretende acolher trabalhos que estão situados no âmbito da relação entre Teologia e Ciências da Natureza, a saber: a) Religião e ciência, b) Teologia e Biologia, c) Criação e evolução, d) Teologia e Cosmologia, e) Teologia e Bioética, f) Teologia e Biotecnologia, g) Ciência e ética.
Referência: EDUARDO CRUZ / PUC-SP, E-mail: erodcruz@pucsp.br

GT 9: Religião e Psicologia
A abordagem psicológica do fenômeno do campo religioso lança luz sobre a dimensão psíquica da experiência religiosa, isto é, do comportamento religioso intencionado para o objeto sagrado, a fim de aceitá-lo ou para rejeitá-lo. Nessa dimensão situam-se os afetos, as conexões denotativas das cognições, os desejos, grande parte dos conflitos pessoais, interpessoais e sociais, inclusive aqueles que têm como objeto as entidades sagradas selvagens ou domesticadas, os estados alterados da consciência, a saúde a doença etc. No Brasil desde a criação do primeiro Programa de Pós Graduação em Ciências da Religião em 1979 os pesquisadores da área da Psicologia têm estudado várias modalidades do comportamento religioso e têm publicado em periódicos científicos. Não existe, no entanto, até o presente, uma apreciação do ponto de vista metodológico e teórico desta produção. A proposta deste GRUPO TEMÁTICO (simpósio) é apresentar um balanço sobre as preceptivas e os limites de área e produzir uma avaliação crítica a partir dos clássicos e contemporâneos da Psicologia da Religião detectando a preferência por teorias, por metodologias e por temas no campo das Ciências da Religião.
Referência: JAMES FARRIS ( UMESP), E-mail: teology@regra.com.br  

GT 10: Religião e Educação
A legislação educacional brasileira a partir de 1996 compreende que as áreas do conhecimento são marcos estruturados de leitura e interpretação da realidade, essenciais para garantir a possibilidade de participação do cidadão na sociedade de forma autônoma, caracterizando a orientação do processo articulador no dia-a-dia da sala de aula, desafiando o (re)olhar sobre o processo de ensino-aprendizagem. Esta concepção é traduzida operacionalmente por meio dos princípios gerais declarados a serem realizados no cotidiano escolar, expressos pelo currículo como um elo entre a teoria educacional e a prática pedagógica, entre o planejamento e a ação, que se torna a meta dos envolvidos nesta situação, favorecendo que cada componente curricular seja orientado para que os estudantes dominem as diferentes linguagens, compreendam os fenômenos, sejam físicos ou sociais, construam argumentações para elaborar propostas e enfrentem as diversas situações de suas vidas. Como também produzir conhecimento no âmbito dos significados simbólicos das práticas e dos ideários religiosos e educacionais, no que se refere especificamente aos ritos escolares, aos sistemas de pensamentos educacionais e à mitologia judaico-cristã com seus ritos religiosos.
Referência: AFONSO M. LIGÓRIO SOARES (PUC-SP), E-mail: afonsosoares@pucsp.br  

Gt 11: Espiritualidades contemporâneas, pluralidade religiosa e diálogo
Diante do contexto culturalmente plural em que nos encontramos e que desafia as tradições religiosas, acreditamos estar frente a uma grande oportunidade para o diálogo entre as diversas religiões. Sem renegar ou desconhecer o que há de único e irrevogável em cada religião, trata-se de perceber, no convívio com a diversidade, o que é essencial em cada tradição e, portanto, de manifestar um dinamismo espiritual que está entre e para além das religiões. Incluem-se nessa espiritualidade aquelas expressões laicas e sem deus e o diálogo inter-religioso que elas todas proporcionam faz repensar o compromisso ético das religiões para com a paz mundial. O Grupo Temático sobre Espiritualidades Contemporâneas, Pluralidade Religiosa e Diálogo, então, está aberto ao debate de pesquisas sobre a aplicação da espiritualidade no cotidiano; a questão da existência do espírito; os estágios do desenvolvimento espiritual e a função da meditação, bem como sobre os desvios espirituais do comportamento supersticioso e do misticismo. Esperamos, com tais discussões, alcançar uma resposta para aqueles que negam qualquer validade da religião na sociedade contemporânea, e, talvez, o caminho para uma nova compreensão da religiosidade, que se contraponha ao flagrante fundamentalismo religioso de nossos dias. Esse GT, com foco nas Espiritualidades e no Diálogo, pretende subsidiar assim, teoricamente, as práticas de diálogo inter-religioso que vêm sendo ensaiadas com apoio dos Programas de Ciências da Religião e Teologia no Brasil, no sentido de verificar a plausibilidade de uma mística comum e transreligiosa para o nosso tempo de transformações axiais.
Referência: GILBRAZ DE SOUZA ARAGÃO (UNICAP), E-mail: gilbraz@unicap.br

GT 12: Teorias da Religião
O GT “Teorias da Religião” pretende abordar questões teórico-metodológicas prévias, implícitas ou alternativas ao estudo e a compreensão do fenômeno religioso pelas/a partir das ciências da religião praticadas no Brasil. Pretende, assim, contribuir em termos prático-políticos para uma maior auto-interpretação crítica da área, de seu estatuto epistemológico e da inserção singular das ciências da religião na universidade. Estas são entendidas como área própria do saber científico que, embora necessariamente pressuponham uma atitude aberta ao diálogo interdisciplinar, buscam legitimar seu direito próprio à existência acadêmica para além de arranjos pragmáticos ou institucionais provisórios. O GT propõe-se investigar, debater, e se possível delinear, os elementos fundamentais para a formação e aplicação autocrítica de teorias gerais da religião. No tocante a estas teorias, busca examinar pressupostos, coerência interna, e o grau de extensão de compatibilidades e/ou incompatibilidades externas. Neste sentido, estuda o estatuto das ciências da religião no seu diálogo com outras áreas estabelecidas do saber, indagando sobre a possibilidade de formação conceitual e teórica própria a partir da confluência de vários saberes.
Referência: LUIZ FELIPE PONDÉ ( PUC-SP/ CRE), E-mail: ponde@pucsp.br  

GT 13: Cristologia e Antropologia. Olhares cruzados
A cristologia estuda a principal figura do cristianismo, Jesus Cristo, que marcou profundamente as culturas onde sua mensagem foi anunciada e acolhida. Grande parte desta marca se reflete na própria visão do ser humano que emanou desta figura - a antropologia -, que foi ressemantizada onde a fé cristã enraizou-se e fez história e cultura. Muitas pesquisas recentes têm sido feitas no âmbito da cristologia, com as contribuições das ciências históricas e literárias, provocando grandes deslocamentos no discurso cristológico. Em parte, os resultados dessas pesquisas já têm sido divulgados em nosso país, provocando leituras inovadoras, feitas em geral em diálogo com a tradição latino-americana da teologia da libertação. Muito dessas pesquisas ainda não foi valorizado e aprofundado entre nós. Um dos objetivos desse GT é oferecer um espaço para que os estudos desse campo da teologia sejam mais divulgados e discutidos. Também o campo da antropologia tem sido enriquecido nas últimas décadas, com pesquisas renovadas vindas dos temas clássicos da teologia, como os da criação, da graça e do pecado, ou com novas abordagens na compreensão da constituição somático-psíquico-espiritual do ser humano, da diferença sexual, da sociabilidade, sem contar aspectos oriundos da diferença étnico-cultural e as novidades da cultura pós-moderna. O GT pretende igualmente acolher os estudos provocados por essas distintas temáticas. Finalmente, para além dos temas específicos da cristologia e da antropologia, p GT pretende aprofundar as novas articulações que hoje são feitas entre esses dois campos do saber teológico, mostrando suas relações de mútua fecundação.
Referência: ÉRICO JOÃO HAMMES (PUC RS), E-mail: EHammes@pucrs.br  

GT 14: Paul Tillich
O GT Paul Tillich objetiva reunir pesquisadores interessados na obra do autor que lhe empresta o nome, assim como nas repercussões que ela alcança. Tillich é considerado um dos mais importantes teólogos do século XX, tendo contribuído especialmente na reflexão sobre a necessidade de se compreender a religião em interação com a cultura em geral. Nesse sentido, trata-se de uma abordagem que tematiza explicitamente a religião e simultaneamente se abre para o diálogo com diferentes disciplinas acadêmicas. Alguns exemplos de discussões multi-disciplinares encontradas em sua teologia se referem às artes, à política, à psicologia, à história, às ciências em geral e, de modo particularmente importante, à filosofia. O GT pretende ser um espaço em que esta variedade temática presente na obra do próprio autor se mostre a partir de pesquisas contemporâneas que o tenham, total ou parcialmente, como referência. A constituição do GT representa um espaço no âmbito da ANPTECRE que resgata uma história de debates e pesquisas que já congregava interessados anteriormente à fundação desta associação, mas possibilita que este processo se insira, com sua experiência já adquirida, no âmbito da ANPTECRE, auxiliando no fortalecimento desta e na visibilidade que as pesquisas sobre Tillich merecem no âmbito dos estudos teológicos e de ciências da religião brasileiros.
Referência: CLAUDIO DE OLIVEIRA RIBEIRO (UMESP), E-mail: cláudio.ribeiro@metodista.br  

GT 15: Religião e modernização no Brasil
A modernização do Brasil inicia-se na segunda metade do século XIX, ganha força a partir do período varguista e prossegue até nossos dias, tendo mudado muitos elementos da sociedade e da cultura brasileira. O foco deste GT é a relação entre esse processo – que se estende de uma “modernização conservadora” até elementos da chamada “pós-modernidade” – e a religião – por nós entendida no seu sentido mais amplo, de modo a abarcar todo o campo de suas expressões sociais. Tomando a perspectiva das Ciências Sociais, este GT abre-se ao estudo das várias possibilidades dessa relação: contempla a religião como fator de resistência, de favorecimento da modernização, ou a paradoxal combinação destes dois movimentos como assistimos nos dias atuais.
Referência: ÉMERSON SILVEIRA (UFJF), E-mail: emerson.silveira@ufjf.edu.br  

GT 16: Bíblia, Exegese e literatura
Nos últimos anos produziram-se muitos deslocamentos no campo do estudo bíblico especializado. O mais notável é a preferência, na análise literária, pelos métodos chamados diacrônicos (análise narrativa e retórica), porém, não sem o sempre indispensável aproveitamento dos métodos históricos (arqueológicos, literário-genéticos e sócio-históricos). Há também notáveis deslocamentos quanto aos acentos e temas privilegiados. No estudo do Novo Testamento, impõe-se uma apreciação mais positiva da continuidade entre a Bíblia hebraica, a literatura intertestamentária e os escritos cristãos, estudados, muitas vezes, com um olhar sobre os apócrifos. O Third Quest em torno do Jesus histórico, mas também a leitura mais judaica dos textos paulinos e da carta aos Hebreus são exemplos disso. O conhecimento maior do fim do judaísmo antigo e do cristianismo incipiente — “os” judaísmos e “os” cristianismos” (inclusive o cristianismo judaico e o cristianismo gnóstico) — reforça ainda essa percepção de certa continuidade, em meio a um grande pluralismo. A ruptura entre o judaísmo e o cristianismo tem de ser avaliada de modo diferente. Impõe-se também uma reavaliação do helenismo, não mais como supremacia da cultura de Helas, mas como cultura “global”, em que tanto a parte oriental — quer persa, quer semítica — quanto a parte ocidental — propriamente helênica — têm seu peso; e que deve ser considerada, também, em sua faze pré-alexandrina. Recuando mais ainda, sobretudo os estudos arqueológicos convidam a uma reavaliação da história do Israel antigo, a época das tribos e dos reis. Assim, praticamente todos os grandes temas do estudo exegético ficam afetados pela evolução recente. O presente Grupo de Trabalho pretende oferecer um espaço para levar à tona esses novos enfoques.
Referência: JOHAN KONINGS (FAJE-BH), E-mail: jkonings@faculdadejesuita.edu.br

GT 17: Protestantismos e Pentecostalismos no Brasil atual
Este grupo temático busca conhecer e aprofundar os estudos e pesquisas dos protestantismos e pentecostalismos nos seus diversos ângulos: teologia, história, crenças, pensamento religioso (teologia/filosofia), ética, educação, política, etc.; para uma melhor compreensão das suas expressões e ramificações em suas relações com a sociedade brasileira. O campo religioso brasileiro tem apresentado tal dinamismo e capacidade de transformação que a especialização em seus diferentes sub-temas tem se tornado uma exigência nos últimos anos. O movimento pentecostal suscita várias leituras e interpretações. Ainda que seja impossível esgotar as possibilidades hermenêuticas desse quadrante do campo religioso, é do interesse dos pesquisadores a manutenção de uma legibilidade mínima do referido quadrante. Esse GT pretende manter-se como um fórum de agregação dos pesquisadores que pensam e produzem conhecimento sobre os protestantes e os pentecostais em suas diferentes vertentes, suas formas de inserção na realidade brasileira e, conseqüentemente, o complexo de temáticas relacionadas e correlatas. Neste sentido, esse grupo acolherá trabalhos e pesquisadores voltados para esse segmento religioso.
Referência: LEONILDO SILVEIRA CAMPOS (UMESP), E-mail: gipesp@metodista.br  

GT 18: Filosofia da Religião
O grupo de trabalho receberá comunicações que abordem a temática da Filosofia da Religião na história do pensamento ocidental. De modo geral, o GT Filosofia da Religião procurará discutir, em abordagem filosófica, o problema religioso e a questão de Deus. Contudo, pretende-se um enfoque na relação modernidade e religião e uma abordagem dos desafios contemporâneos quanto a esta temática. Dessa forma, o GT Filosofia da Religião oferecerá um espaço de discussão das questões que vêm sendo estudadas nas várias linhas de pesquisa que abordam esta temática nos Programas de Pós-graduação na área. Garantindo a diversidade de temas que podem ser tratados neste GT, poderão ser acolhidas propostas sobre linguagem e pós-modernidade, religião e ciência, relativismo, ateísmo e niilismo.
Referência: MÁRCIO ANTÕNIO DE PAIVA (PUC-Minas), E-mail: filosofiadareligiao@pucminas.br  

GT 19: Religião e Filosofia na Índia
O Grupo Temático Religiões e Filosofias da Índia busca estimular os estudos e o diálogo em torno da pluralidade de tradições religiosas e filosóficas que se desenvolveram no subcontinente indiano ao longo de mais de quatro mil anos. Tais estudos compreendem, por um lado, (i) a reflexão sobre as práticas rituais e devocionais, narrativas mitológicas, sistemas de moralidade, e produções artísticas; (ii) e, por outro, a investigação dos princípios metafísicos, ontológicos, lógicos, éticos e estéticos que caracterizam a especulação filosófica, de caráter cognitivo e soteriológico, das principais escolas de pensamento, viz., Vedanta, Samkhya, Nyaya, Vaisesika, Yoga, Mimamsa, Jainismo, Budismo, Charvaka e Vyakarana. Dentre as fontes de investigação, destacam-se as narrativas originalmente escritas em sânscrito tais como (i) os Veda(s), Dharma-Sastras, Mahabharata e Ramayana, a literatura erótico-devocional, as fábulas do Pancatantra, as peças de teatro (natakas); (ii) e os Upanisads, sutras budistas e jainistas, e todas a literatura comentarial. Além destas, destacam-se, ainda, as fontes textuais modernas e contemporâneas de caráter sócio-antropológico, histórico e literário.
Referência: DILIP LOUNDO (UFJF), E-mail: loundo@hotmail.com

Gt 20: Subjetividade e Religiosidade
O estudo da subjetividade perpassa vários campos de saber, desde a Psicologia, a Filosofia, a História, a Educação, e outros campos afins, exigindo assim, uma postura transdisciplinar e complexa na abordagem de tal objeto. A noção de processos de subjetivação diz respeito à criação de modos de existência, produção de estilos de vida. Os processos de subjetivação tomam forma de expressão tanto no corpo – no território existencial que chamamos de subjetividade – quanto no campo social sob a forma de novas figuras, valores, normas, comportamentos, modos de pensar e sentir. Constata-se, entretanto, que os vários campos de saber voltados à investigação da temática da subjetividade e dos processos de subjetivação não tem contemplado questões da religião e da religiosidade. Assim, faz-se relevante um Grupo de Trabalho dessa natureza, pois aposta-se que a singularidade das pesquisas sobre o fenômeno religioso com esse enfoque pode contribuir com esse campo de produção de conhecimento na área Teológica e das Ciências da Religião. Quanto aos referenciais metodológicos adequados à investigação da subjetividade, estes são variados: desde a fenomenologia, a genealogia, as teorias de gênero, a cartografia, estudos de casos, enfim, a escolha dessas ferramentas de pesquisa deverá ser aquela que melhor se adequar ao próprio problema em questão, uma vez que as escolhas metodológicas são indissociáveis da própria construção do problema que se quer investigar. Num tempo onde a subjetividade tem sido bombardeada pelos movimentos de captura do desejo e dos modos de percepção, a pesquisa do fenômeno religioso sob a perspectiva da subjetividade e dos processos de subjetivação nos parece um lugar privilegiado para levantamento de algumas “pistas” que favoreçam outras formas possíveis de criação e afirmação da vida.
Referência: MARY RUTE G. ESPERANDIO (PUC-PR), E-mail: mresperandio@gmail.com

Um comentário:

  1. Essa é uma boa noticia e uma oportunidade para encontrar e dialogar com aquel@s que estão realizando pesquisas de ponto na área.
    Maruilson Souza

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