5 de jun. de 2013

RITOS E IMAGENS PÓS-RELIGIOSOS?

Mayra Coelho colaborou mais uma vez pros nossos estudos, apresentando-nos o Movimento HotSpot, que é um prêmio de inovação, uma plataforma multimeios online e presencial que se propõe a identificar e expor novas ideias e novos talentos, em âmbito regional e nacional, destacando os mais criativos nas áreas de Arquitetura, Beleza, Cenografia, Design, Design Gráfico, Filme & Vídeo, Fotografia, Ilustração, Moda e Música. O Movimento HotSpot inclui ainda a categoria Ideia, que premiará as três propostas mais inovadoras que envolvam conceitos de Empreendedorismo, Tecnologia, Sustentabilidade, Biomimetismo, Engenharia de Produção, Varejo, Branding e Comunicação.

Nos dias 07 e 08 de junho, Recife vai receber o HotSpot no Parque Dona Lindu e se transformar num grande polo de inovação e criatividade, para o qual todos estamos convidados por Mayra - um anjo pós-religioso que atravessou as vidas da gente. Nossa cidade vai receber o Festival Movimento HotSpot, esse projeto que busca inovar, fomentar, transformar e divulgar a produção criativa em uma grande exposição multimídia de artes integradas que reuniu 303 iniciativas de todo o país, dentre elas uma dezena de propostas de Pernambuco, que defenderão os seus projetos para uma Banca de Jurados.

O mais impressionante é encontrar, todavia, uma dúzia dos projetos de arte e comunicação dessa meninada na plataforma multimeios HotSpot que possui relação explícita com os temas da religião e religiosidade, apontando por onde as tribos urbanoides têm buscado uma nova espiritualidade. Destacamos (com as fotos abaixo) o projeto Ritos, de Marcel Serrano: "... uma marca que estampa de uma forma nova o lado estético das religiões. A ideia é juntar moda com fé e, através de um olhar jovem, desenvolver estampas que além de bonitas, tenham um significado importante pra quem as usa. Em uma época onde "religião não se discute", a Ritos vem na contramão trazendo a discussão à tona e mostrando que o assunto pode ser bem interessante, inclusive. É tudo uma questão de como se faz...

A maioria das pessoas tem fé em alguma coisa. Independente do nome do Deus, da força ou seja lá o que for esse poder que reina soberano ao longo dos tempos, o tema tem lugar garantido dentro da vida de cada pessoa. E as estampas mostram toda essa diversidade de um ponto de vista contemporâneo. Algumas marcas trabalham temas de tradições orientais, enfatizando a Yoga, a meditação e coisas relacionadas... Outras marcas focam bem nas tradições africanas e no sincretismo, enfatizam São Jorge com Ogum por exemplo, e fazem um belo trabalho. A Ritos vem para unir os nichos em um mesmo espaço, e trazer adeptos de outras tradições que não são atendidos. (...) Uma coisa interessante na Ritos é que ela está sendo construída por umbandistas, católicos, crentes, candomblecistas, judeus, muçulmanos, budistas... E todos convivem muito bem. E tomam chopp juntos... E nos relacionamos com leveza. Acho que isso é bem a cara do Brasil...".

E você, como analisa uma experiência assim: degeneração de símbolos religiosos em signos folclóricos e comerciais, ou ocupação do espaço sagrado pelos "sem-tato" religioso, que exercitam aí a liberdade dos sincretismos, das sínteses e simbioses, transformando corpos e ruas em novos templos?! 




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