22 de abr. de 2013

PADRE HENRIQUE FOI MARTIRIZADO

"De posse de documentos inéditos produzidos para o antigo Serviço Nacional de Informação (SNI) e o Ministério da Justiça, no regime militar, divulgados nesta segunda-feira (22) em coletiva à imprensa, a Comissão da Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara conseguiu conhecer os responsáveis materiais pelo trucidamento do Padre Antônio Henrique Pereira Neto, o Padre Henrique, auxiliar de Dom Helder Câmara, crime ocorrido há 43 anos.

São eles: o então estudante Rogério Matos do Nascimento, o menor Jerônimo Gibson Duarte Rodrigues (17 anos na época, sobrinho de José Bartolomeu Lemos Gibson, promotor exercendo o cargo de delegado-diretor do Departamento de Investigação da SSP/PE), e os investigadores de polícia Rível Rocha (falecido) e Humberto Serrano de Souza. Este último, personagem que nunca havia sido relacionado ao crime, segundo a Comissão.

Após 43 anos do assassinato do religioso, os nomes são divulgados com base em informe confidencial ao chefe do SNI, em Brasília, general Carlos Alberto da Fontoura, datado de 30 de junho de 1970. Nele, o regime militar identificou como autores “jovens radicais da direita em coautoria com investigadores da Polícia Civil de Pernambuco”. Há, também, a confirmação de que o crime teve motivação política, visando a atingir o arcebispo de Olinda e Recife, dom Helder Câmara, em razão da atuação social de Padre Henrique..."

Continue lendo a notícia (JC/Joamildo) por aqui.
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Um comentário:

  1. Jornal do Commercio 05/05/13:
    Os documentos encontrados pelos pesquisadores da Comissão da Memória e Verdade revelam nomes de dirigentes e militantes da FACESP, comprovam a articulação com a Polícia Política estadual e demonstram a influência do notório delegado da Delegacia Auxiliar – a dos serviços de infiltração, espionagem e repressão –, Álvaro Gonçalves da Costa Lima. “Os indícios são fortes de que deram origem ao CCC. A Frente Anticomunista organizou passeatas, participou de manifestações com a TFP (organização fundamentalista católica Tradição, Família e Propriedade). Atuou até fora de Pernambuco”, detalha Nadja Brayner, professora da Universidade Federal (UFPE).(...) Atuante em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, o CCC ganha notoriedade, em Pernambuco, com atos terroristas de impacto em 68 e 69. Pichações, quebra-quebra de diretórios acadêmicos, metralhou a Arquidiocese de Olinda e Recife e uma lista 46 líderes estudantis ameaçados. Na madrugada de 23 de outubro de 1968, o CCC depreda o diretório da Faculdade de Filosofia do Recife e na noite daquele dia destrói a Escola de Engenharia (UFPE). Em 69, executa as suas duas ações mais terríveis: em 29 de abril, o atentado ao líder estudantil Cândido Pinto (presidente da União dos Estudantes de Pernambuco/UEP), que o deixou paraplégico, e a 26 de maio o sequestro, tortura e assassinato do Padre Antônio Henrique Pereira Neto, retraindo-se depois devido à repercussão social do trucidamento. Os autores – equipe do delegado Bartolomeu Gibson – foram recentemente identificados pela Comissão da Verdade.
    (http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/politica/pernambuco/noticia/2013/05/05/o-embriao-do-ccc-no-estado-81968.php)

    Diário de Pernambuco 27/04/13:
    "... Depois de mais de duas décadas de mistério, o acervo (do prontuário de Dom Helder no DOPS) surpreende pelos documentos inéditos, como as escutas telefônicas instaladas no Palácio dos Manguinhos, nas Graças - hoje sede administrativa da Cúria Metropolitana. Numa delas, em plena repercussão da morte do padre Antônio Henrique, considerado “braço direito” do arcebispo, dom Helder já relata que o assassinato seria fruto de um crime político e já aponta, como foi confirmado recentemente pela Comissão da Verdade de Pernambuco, a participação de membros de organizações como o Comando de Caça aos Comunistas (CCC) e do grupo de direita Tradição, Família e Propriedade Privada (TFP)..."
    (http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/politica/2013/04/27/interna_politica,436371/os-segredos-revelados-do-arquivo-do-16-906b.shtml).

    Então, todos sabem que a fragmentação da TFP, com a morte do seu fundador, Plínio de Oliveira, em 1995, resultou em diversos grupos como os Arautos do Evangelho, Aliança de Fátima, Fundadores da TFP, Instituto Plínio Correa de Oliveira... E vários desses grupos atuam em muitas dioceses do Brasil e inclusive no Recife: como pode?!
    Manu.

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