11 de fev. de 2013

PAPA RENUNCIA

Bento XVI, em missa no dia 2/2/13 (La Croix)
Com algumas palavras, durante um encontro público ordinário em Roma, Bento XVI anunciou hoje (veja aqui o texto completo) que ele deixará sua função atual na Igreja Católica Romana. Uma notícia sem precedentes na história moderna dessa Igreja, a renúncia foi atribuída à saúde fragilizada e idade avançada do Papa, que tem 85 anos.

A Conferência dos Bispos católicos do Brasil emitiu uma nota (veja aqui) onde afirma que "... recebe com surpresa, como todo o mundo, o anúncio feito pelo Santo Padre Bento XVI de sua renúncia à Sé de Pedro, que ficará vacante a partir do dia 28 de fevereiro próximo. Acolhemos com amor filial as razões apresentadas por Sua Santidade, sinal de sua humildade e grandeza, que caracterizaram os oito anos de seu pontificado...".

O site da Arquidiocese de Olinda e Recife divulgou a reação (veja integralmente por aqui) de Dom Saburido: "'Um ato de humildade, coragem e amor'. Essa foi a definição dada pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, quando soube da renúncia do papa Bento XVI – o quarto caso na história da Igreja. Apesar de a notícia tê-lo surpreendido, o religioso exaltou a atitude do pontífice e salientou que não há motivos para que a Igreja se desespere, ao contrário, o momento é de união de todos os católicos do mundo. (...) Com a renúncia do papa a Igreja se prepara para um conclave que elegerá um novo pontífice. 'A todos nós cabe a missão de estarmos juntos, unidos em oração para que os cardeais escolham o melhor para a Igreja, e o novo papa dê continuidade ao trabalho deixado pelo próprio Jesus', aconselhou o arcebispo".

Veja aqui as cartas-encíclicas e conheça o pensamento do Papa Bento XVI.
Veja aqui nota do nosso professor e historiador da Igreja, Pe. Oscar Beozzo.
Veja aqui a resenha de Faustino Teixeira do livro de Marco Politi: Joseph Ratzinger, crise di un papato.
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31 comentários:

  1. DIANTE DA RENÚNCIA DO BENTO XVI, UMA SINCERA OPINIÃO:
    Embora não seja Católico Romano, mas um simples cristão anglicano transreligioso, espero que a saída de Bento XVI, um intelectual profundamente erudito embora tridentino, não seja preenchida por alguém vinculado a Opus Dei ou a alguma seita semelhante, pior que ele porque distanciada quilômetros da cultura dele. As entranhas do Vaticano necessitam sofrer uma radical assepsia do novo pontíficie, minimizando a ojeriza de milhões por uma instituição que fez História. E eliminando a pedofilia e outras bandidagens que estão ampliando uma imagem cada vez mais negativa, favorecendo uma espiritualidade desvinculada dos múltiplos denominacionalismos cristãos.
    Fernando Antônio Gonçalves

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  2. Tudo bem: o Santo Padre pediu pra sair, eu respeito! Mas, aproveitando o clima de folia por aqui, a gente bem que podia fazer uma prévia e mandar umas sugestões pro Vaticano... Eu mesma voto em Pedro Casaldáliga, que apesar de doente que está junto ao povo, no meio da Amazônia, defendendo o direito à terra e à liberdade, combatendo o trabalho escravo e acolhendo camponeses, quilombolas, indígenas e demais excluídos. Sim, eu sei que não vai dar certo pra Papa, mas mesmo assim eu voto nele, pra ser exemplo pros cristãos! Ijaciara, católica da silva.

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    1. inclua nessa lista um que tem mais chance: Maradiaga, de Honduras, que já é cardeal, tem abertura pra modernidade e pre-ocupação com os pobres!
      Manoel

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    2. hi, hi, vão perder, pois em famosa casa de apostas do 1º mundo, entre os nomes que despontam como favoritos, o primeiro é o do cardeal canadense Marc Oullet!

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    3. mas Ratzinger se agrada mais do italiano Angelo Scola (do movimento Comunhão e Libertação), que ele promoveu pra Milão...

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    4. sei não: por trás de Scola tem Bertoni e os Cavaleiros de Colombo... só se Ratzinger quer aproveitar o mais aberto dos conservadores que derrotaram o seu time de reformadores do Vaticano (Tedeschi, Viganò e, pasmem, Opus Dei!)
      Manoel

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    5. É normal que não sendo católicosvocês vejam apenas uma trama sociológica na sucessão do Papa, mas pra nós há igualmente a percepção do dinamismo do Espírito do Senhor Jesus Cristo agindo através e além dessa trama. Até porque a Igreja é mistério da fé, que não se resume, mas inclui, a instituição, viu? Ijaciara.

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  3. Por obediência devia morrer no cargo e manter o tabu! Mas renunciou em nome da consciência: dá o que pensar mesmo.

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    1. Bento XVI, quando menos, merece respeito. Todo mundo reconhece que é um homem que pensa e faz pensar, para além das saídas fáceis. Os jornais de hoje já recolhem os seus "mandamentos": "Bento 16 gosta muito de usar a palavra grega "logos" (pronuncia-se "lôgos"), que pode ser traduzida como "palavra" ou "razão", para se referir a Jesus e a Deus. Assim como muitos filósofos e teólogos ao longo dos séculos, ele defende que o Universo tem uma ordem lógica e racional que só pode ser explicada como resultado da mente de Deus; por isso, fé e razão não são inimigas, mas se complementam..." Vejam mais por aqui: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/especial/93417-mandamentos-de-bento.shtml
      (Roberto).

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    2. sim, mas se a consciência é a autoridade moral maior, deve ser para o papa que decide renunciar ao seu cargo, mas também para todo cristão que decide sobre questões éticas, sexuais e familiares...

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    3. sim, mas a renúncia é uma possibilidade prevista na lei!

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    4. e as leis são feitas quando surgem os fatos! é um processo...

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  4. Eu sou evangélica, mas sou professora e preciso ajudar meus alunos nas discussões sobre as novidades da vida. Sigo esse blog porque traz informações de várias religiões e esse assunto me interessa, também pessoalmente. Então, essa renúncia do senhor papa é uma questão pros católicos, mas traz lições pra todos os crentes, porque sempre a gente pensa que se o Espírito fala é pra você obedecer. E taí: não é que o papa perdeu a inspiração ea força do Espírito, mas tá combinando com a inteligência dele, é um novo modo de entender. Vai dar muita discussão. Jacqueline.

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  5. Aulinha de direito canônico e história da Igreja... Na tradição e nas leis do catolicismo, o Papa é eleito pra vida toda. Só três Papas renunciaram antes: Ponciano, no séc. IV, porque foi preso e exilado; Celestino, no séc. XIII, porque saiu da cela voluntária para botar sua santidade a serviço do papado, mas foi obrigado a voltar pra cela pelo contexto político-eclesial; e Gregório XII, no séc. XV, porque foi eleito quando havia outros pretensos Papas e sua renúncia ajudou a unificar a Igreja. O Papa Bento XVI visitou a tumba de Celestino V, em 2010: ele retirou seu pálio e o deixou em cima da tumba, como forma de homenagem. É possível que seu gesto venha sendo pensado como reação provocativa à crise teológica e litúrgica na Igreja pós-Vaticano II, e principalmente como reação às intrigas curiais. O mais intrigante, porém, é que Bento XVI, conhecido pelas posições conservadoras depois do último Concílio, vai entrar pra história como um homem moderno, que reformou a tradição e mostrou que o respeito à humanidade do Papa não retira a santidade do seu cargo. É uma ironia da história!
    Cristiane.

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    1. Cris, uma precisão apenas: o Código de Direito Canônico, compêndio das leis da Igreja Católica, prevê a possibilidade de renúncia por parte do papa. Segundo o artigo 332 do documento, a renúncia deve ser feita pelo próprio pontífice e é válida sem que ninguém precise aceitá-la (dado que o Papa não tem superior na terra). Claro, como o último caso do tipo ocorreu há quase 600 anos, não se sabe bem como um pedido desses é apresentado formalmente...

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    2. Desculpe, acho que teve também o caso dos papas Bento IX e Gregório VI, no séc. XI. Sagrado papa aos 20 anos, Bento IX não primava pela ética nem pela moral e o povo de Roma expulsou-o da cidade em 1044. No ano seguinte, voltou ao papado e, meses depois, renunciou. Retornou em 1047, mas foi deposto definitivamente do trono de Pedro no mesmo ano. João Graciano, padrinho de Bento IX, pagou considerável quantia para que o afilhado lhe cedesse o lugar. Eleito papa em maio de 1045, adotou o nome de Gregório VI e governou a Igreja até dezembro de 1046, quando o afilhado o derrubou sob acusação de simonia... (Roberto).

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  6. também acho que o papa Bento vai ser lembrado como um reformador, modernizador do papado e provocador das mudanças que devem se seguir no Vaticano e nas igrejas católicas pelo mundo. eu gostei muito da carta dele sobre o amor, mostrando que o amor erótico não é inimigo da santidade, mas não gostei nada das negociações dele com os conservadores lá, que tão trazendo de volta umas missas que distanciam e mais parecem desfile de moda barroca. ele começou a ser moderninho com o tablete dele e agora vai dar um empurrão pra igreja ser mais moderna, mais humana, né?

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    1. A demissão de Bento XVI foi sua única grande reforma nos oito anos de seu pontificado, porque daqui pra frente vai lembrar aos católicos que “a graça supõe a natureza”, que o Espírito age através dos corpos – e isso é uma equação teológica muito “moderna”.

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    2. Sucessão de escândalos, intrigas e disputa de poder levou o pontífice à mais radical das decisões: deixar o trono de Pedro para enfraquecer os traidores...

      http://www.istoe.com.br/reportagens/276094_O+PODER+PARALELO+QUE+ABATEU+O+PAPA?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage

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    3. Oficialmente, o desgaste físico e espiritual pesou sobre os 85 anos de Bento XVI. E um dossiê de quase 300 páginas, dividido em dois volumes encadernados com couro vermelho, sepultou de vez o pontificado dele, sustentou nesta quinta-feira o jornal italiano “La Repubblica”. O documento foi compilado por três cardeais a pedido do próprio Papa, durante nove meses, após o escândalo do roubo de documentos secretos do Pontífice, conhecido como VatiLeaks. As páginas proporcionaram leitura detalhada de dezenas de capítulos sobre corrupção, promiscuidade, mapeamento de uma rede de prostituição homossexual dentro do Vaticano e desvio de dinheiro. E transformaram-se no argumento definitivo para uma renúncia considerada há tempos pelo Pontífice alemão.

      http://oglobo.globo.com/mundo/sexo-dinheiro-poder-podem-ter-influenciado-na-renuncia-do-papa-7636096

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    4. Eu tive duas boas surpresas no pontificado do papa Bento: uma no começo e outra agora no final. Bento XVI falou de amor em sua primeira encíclica, “Deus é Amor”. O papa foi logo falando de amor e surpreendeu, porque o tema e o estilo não combinavam com a sua figura austera e transcendental. Mas ele valorizou o amor como Eros, como desejo humano, e o associou ao Ágape, amor descentrado e divino, de quem dá a vida pela causa ou pessoa amada. Ele mostrou, então, que o amor erótico não é inimigo da santidade, equilibrando o caminho cristão para a humanização da vida da gente, onde as paixões devem ser integradas e não demonizadas.
      Esse reconhecimento da transparência divina em meio à existência humana eu senti novamente na sua renúncia ao papado. Porque era de se esperar um hierarca que, mesmo sofrendo, fosse aferrado à sacralidade do cargo e o mantivesse resignadamente. Mas daqui pra frente o fato vai lembrar aos católicos que “a graça supõe a natureza”, que o Espírito de Cristo age através dos nossos corpos e conta com as nossas decisões (e limitações) frente aos conflitos da comunidade, frente às contradições da sociedade. Isso é uma equação teológica muito “moderna”, que tende a humanizar o papado e a estrutura da Igreja.
      E o novo papa precisará ser muito humano mesmo, para poder assumir os desafios dos tempos modernos, do diálogo simétrico com os outros caminhos espirituais, que tocam sons diferentes para sonhos iguais, ou da incorporação dos valores democráticos na dinâmica das comunidades cristãs, o que implica principalmente no empoderamento das mulheres e das suas causas.
      Minha esposa vai dar à luz novamente e eu fico vendo como a mulher é que entende de espiritualidade, pois a grávida vive do futuro e se alimenta de sacramentos de um dia que ainda não nasceu: ela prepara o lugar, arruma o berço vazio, tece sonhos, e o "invisível" amado transfigura o seu corpo. A Igreja deve ser mais assim: lugar pedagógico em que nos livramos das “gorduras” deste mundo e criamos espaço para a “eterna criança” nascer em nós. A mulher é que ensina você a se desentranhar e transformar um corpo em pão pra quem necessita. Então ela precisa ser ouvida e valorizada pelos cristãos, também nas suas eucaristias e não somente na catequese e no cuidado das crianças.

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  7. peraí: Bento 16 até já foi um pouco liberal, mas nunca aceitou saídas modernas pros problemas do mundo! fecho com o Pondé: "... Sua ideia de igreja é a de um pequeno grupo coeso de crentes, fiéis ao magistério da igreja (conjunto de normas para condução moral da vida), distante das "modas moderninhas". Quais seriam algumas dessas demandas modernas? Diálogo simétrico com outros credos (multiculturalismo), casamento gay, divórcio, sacerdócio das mulheres, fim do celibato, uso de contraceptivos, aborto, punição pública de padres pedófilos (a igreja deveria passar esses padres para a Justiça comum), aceitação de avanços da medicina pré-natal como identificação de fetos sem cérebro e consequente aborto, alinhamento político do clero com causas sociais e políticas do terceiro mundo - enfim, desafios típicos do contemporâneo. Bento 16, porém, esbarrou com o fato de que a maior parte dos católicos militantes hoje é de países pobres (afora o caso dos EUA, o cristianismo é uma religião de país pobre). Os fiéis, portanto, estão mais próximos de um discurso contaminado pelas teorias políticas de esquerda, que fala de justiça social como um direito "divino" e aproxima Jesus de Che Guevara, do que da complicada discussão acerca dos excessos do iluminismo racionalista ou da crítica bíblica que tende a humanizar Cristo excessivamente em detrimento de sua divindade..." (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/especial/93405-alemao-e-brilhante-como-teologo-mas-fracassou-como-papa.shtml)

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  8. "... Pedimos a Deus que dê à Igreja de Roma, mãe da unidade de todas as Igrejas, um pastor simples e modesto que não precise mais de áurea de santidade, nem que se chame de santa a sua pessoa, a sé de Roma, as congregações da cúria e tudo o que cerca o seu ministério. Aí, no Glória de cada missa, cantaremos com mais sinceridade: 'Só tu és santo, ó Deus!'. Se esse irmão se assumir verdadeiramente como servo dos servos de Deus, a Igreja será como nos primeiros séculos uma Igreja mais sinodal e mais sacramento de comunhão da humanidade. Poderá assim ser cada vez mais sacramento e ensaio do mundo novo possível..."
    Marcelo Barros - Votos para um novo Papa.
    http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=73536

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  9. Logo após o Concílio, numa conversa com Paulo VI, ele sugeriu: “Santo Padre, abandone seu título de rei e vamos reconstruir a Igreja como nosso Mestre, sendo pobres. Deixe os palácios do Vaticano, vá morar numa casa na periferia de Roma. Pode até ter uma praça para saudar e abençoar as ovelhas. Depois, Santo Padre, convide a todos os bispos a largarem tudo o que indica poder, majestade: báculos, solidéus, mitras, faixas peitorais, batinas roxas. Vamos amontoar tudo na Praça de São Pedro e fazer uma grande fogueira, dizendo de peito aberto para o povo: 'Vejam, não somos mais príncipes medievais. Não moramos mais em palácios. Todos somos pastores, somos pobres, somos irmãos'". Foi Dom Helder Câmara.
    http://pebesen.wordpress.com/2009/08/01/dom-helder-camara/

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  10. Penso que isso é o começo dos últimos sinais do fim dos tempos, agora provavelmente o próximo passo é escolher um único líder religioso para governar o mundo.

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  11. Por onze anos, Mário França, jesuíta brasileiro de 76 anos, fez parte da Comissão Teológica do Vaticano, onde conquistou o respeito do então cardeal Joseph Ratzinger, que era o seu presidente. Hoje, professor da PUC-Rio e autor de obras sobre a teologia, defende uma nova Igreja, longe da hierarquia e das ortodoxias de Roma, e com espaço para gays e padres casados. Mário França crê que o modelo atual da Santa Sé trai a origem da fé católica.

    Leia a sua entrevista completa em
    http://oglobo.globo.com/mundo/a-igreja-muda-ou-acaba-diz-teologo-brasileiro-7596687

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  12. "Que o papa tenha renunciado movido pela idade já se apresenta como um fato excepcional! Mas que acrescente a esta motivação a de que o “mundo avança de modo muito rápido” parece algo que soa de maneira estranha! (...) Para o papa atual, somente pela submissão a Deus, e, portanto, à sua Igreja que interpreta as vontades, seria possível descobrir a vontade de Deus. Mas não é razoável pensar de forma diferente a relação com a transcendência no contexto da cultura contemporânea? O evangelho nos mostra um Deus escondido na carne do mundo que as autoridades religiosas se recusam a ver! Deus não está mais em rivalidade com a humanidade. Sua alteridade cava nosso desejo, seu infinito habita nossa finitude. Jesus ensinou-nos a descobrir que os mais pequeninos são seus irmãos. A questão da verdade está, portanto, intimamente ligada àquela da solidariedade. Se Deus se faz solidário, é para nos comunicar e propor outra maneira de viver com os outros no mundo contemporâneo..."

    A análise é de Christian Terras, publicada pelo jornal LE MONDE, 14-02-2013. A tradução é de Nilo Ribeiro, professor do mestrado:

    http://www.domtotal.com/noticias/detalhes.php?notId=571469

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  13. Além de enfrentar os problemas que parecem mais urgentes para quem olha a Igreja Católica de fora -escândalos sexuais, intrigas no Vaticano e fiéis deixando a religião-, o próximo papa terá de lidar com o legado ambíguo do mais importante evento do catolicismo no século 20: o Concílio Vaticano 2º. Pode parecer bizarro que uma reunião de bispos realizada 50 anos atrás (de outubro de 1962 a dezembro de 1965) ainda tenha tamanho peso na vida da instituição. Mas o fato é que tanto o clero quanto os fiéis continuam envolvidos na "batalha em torno do sentido" do concílio...

    Veja em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/96644-50-anos-depois-vaticano-2-continua-a-dividir-catolicos.shtml

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  14. Entrevista com Raimundo Carrero, no Jornal do Commercio:

    O que você achou da renúncia do Papa?
    Para mim, é um aviso à humanidade, uma espécie de recado de Deus. Não é uma renúncia qualquer, é um recado de Deus. O mundo está precisando de luz. Ele está pedindo a gente que renuncie à vulgaridade, esse é o significado da renúncia. Pelo pecado que mais a gente tem, do amor ao corpo pelo corpo, sem nenhuma transcendência. Mesmo essas igrejas que proclamam o nome de Cristo o tempo todo têm uma vaidade muito grande.

    E sobre a polêmica em torno da renúncia?
    Acho normal. É tão raro, teria que provocar mesmo um debate muito forte. Vejo como um recado. “Se meu filho, que é meu representante na Terra, por renunciar, por que vocês não podem?” Do ponto de vista religioso, esse momento é muito grave. Claro que a Igreja tem seus problemas. A Igreja é santa e pecadora ao mesmo tempo, porque nós somos filhos do pecado de Adão e Eva, mas também de Maria também. Somos santos com ela. É o momento em que o homem deve ser mais humilde, se aproximar mais de Jesus Cristo e renunciar ao mundo, no sentido da depravação pecaminosa, do amor ao dinheiro, excesso de amor ao corpo, como se não existisse nada que não o corpo. E o resto?

    Você acha que o Papa renunciou por quê?
    Como cardeal, ele conhecia todos os problemas da Igreja. Mas como Papa, esse conhecimento passou a ser outro. Ele preferiu voltar a viver como cardeal. Ser Papa é muito difícil, porque significa colocar o mundo nos ombros, literalmente, não é metaforicamente não. E o Papa significa martírio. Ali, ele tem que ser extremamente sincero. E aquilo pesou muito. Deus disse a ele “tudo bem, já que está muito pesado para você, você renuncia e vem a mim na qualidade de religioso. Vamos dar esse exemplo ao mundo, que Deus avisa ao homem que é preciso renunciar, largar o mundo como ele está, muito violento, erótico, corrupto, que é mais grave, e feio. É hora de refletir, analisar e transcender. Deus está pedindo uma renúncia ao mundano.

    http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/viver/2013/03/06/internas_viver,426803/raimundo-carrero-fala-sobre-novo-livro-religiao-projetos-e-processo-criativo.shtml

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  15. ... além desse consenso sobre um novo ordenamento administrativo da Cúria Romana, existe, neste momento eclesial, uma linha divisória entre dois projetos eclesiológicos: o projeto da “nova evangelização”, como extensão da cristandade em novos contextos urbanos, e o projeto “povo de Deus”, inspirado no Concílio Vaticano II. O primeiro projeto é majoritário entre os cardeais que entram no conclave e, está centrado na mentalidade da hierarquia europeia. O segundo é minoritário, acompanha as lutas populares por justiça e assume uma clara opção pelos pobres. Para ambos os projetos, o lugar de nascimento e o continente de proveniência do respectivo candidato são menos importantes que o alinhamento teológico-pastoral. A passagem pela Cúria Romana já fez de muitos latino-americanos e africanos verdadeiros representantes do projeto curial e neocolonial. Por vezes, seus representantes são mais papais que o próprio papa...

    http://paulosuess.blogspot.com.br/2013/03/dois-projetos-e-cinco-cenarios.html

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  16. De noite, orgias, festas e bebedeiras. De dia, missa, confessionário e oração. De noite, jeans, pele bronzeada à mostra e gel no cabelo. De dia, batina, estola e ascetismo. É assim a rotina de um sem-número de padres católicos que vivem uma vida dupla nas grandes capitais do mundo, Roma inclusive. Pelo menos é isso que garante, com vídeos, fotos e descrições dolorosamente ricas, um dossiê em forma de livro e site lançado em abril, na Europa. Batizado de “Sex and the Vatican”, uma alusão ao seriado “Sex and the City” – que conta as aventuras sexuais de quatro mulheres em Nova York –, a obra detalha orgias entre sacerdotes gays e seus amantes e conta histórias de religiosos que engravidam mulheres, compram, com dinheiro da Igreja, o silêncio das mães e, em alguns casos, até bancam seus abortos. Já em sua segunda edição na Itália e na França, “Sex and the Vatican – Viaggio Segreto Nel Regno Dei Casti” (Ed. Piemme) (“Sexo e o Vaticano – uma viagem secreta no reino dos castos”, sem tradução no Brasil) está em via de ser publicado em inglês enquanto versões em espanhol e português são negociadas...

    http://www.istoe.com.br/reportagens/139241_PADRES+ORGIAS+E+BALADAS?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage

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