2 de ago. de 2012

SACRALIDADE LAICA POR LUC FERRY




Luc Ferry, filósofo francês que se tornou famoso por expor suas ideias de forma leve e bem-humorada, e como ministro da educação causou polêmica ao banir o uso de véu pelas estudantes muçulmanas nas escolas públicas, foi o convidado do Café Filosófico CPFL Especial Fronteiras do Pensamento em setembro passado.

Notável defensor do humanismo secular, filosofia baseada na razão, na ética e na justiça, Ferry diz que o homem contemporâneo sacrifica-se apenas pelo humano e em torno dessa experiência é que se deve conceber uma nova sacralidade. Ele é professor de filosofia nas universidades francesas de Lyon II, de Caen, e de Paris VII. Reconhecido por sua didática, suas obras combinam formação acadêmica sólida com um texto acessível. O best-seller Aprender a viver, lançado em 2006, vendeu 700 mil exemplares, 40 mil deles no Brasil.

A mediação da conferência de Ferry foi feita pelo psicanalista e médico psiquiatra JorgeForbes, um dos principais introdutores do pensamento de Jacques Lacan no Brasil, de quem frequentou os seminários em Paris, de 1976 a 1981. Forbes teve participação fundamental na criação da Escola Brasileira de Psicanálise, da qual foi o primeiro diretor-geral. Preside o IPLA, Instituto da Psicanálise Lacaniana, e o Projeto Análise e dirige a Clínica de Psicanálise do Centro do Genoma Humano – USP.

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Um comentário:

  1. E é com a segurança de quem defende ideias humanistas e se tornou um dos mais lidos filósofos contemporâneos, que Luc Ferry participa hoje, em Tiradentes, do Congresso de Inovação e Design da Amide, onde profere a palestra “A estética do prazer e a questão dos critérios da beleza”.

    “Assim como a consciência infeliz, tão bem descrita por Hegel, nós temos a tendência de somente perceber na história aquilo que desmorona e morre, e quase nunca percebemos aquilo que surge e ganha vida”, aponta Ferry. Para ele, um dos maiores desafios do nosso tempo é perceber os sinais que mostram que atravessamos novos tempos. “Estamos vivendo o nascimento de uma nova significação, que não é mais aquela de Voltaire e de Kant, dos direitos do homem e da razão, destas luzes que certamente foram portadoras de um vasto projeto de emancipação, mas que conduziram também ao imperialismo e à colonização”, explica. Como reafirma Ferry, trata-se de um humanismo pós-colonial, “um humanismo da transcendência do outro”.

    Para explicar seu pensamento, o filósofo convida para o diálogo e pergunta: o que, no mundo de hoje, seria capaz de mobilizar as pessoas? Se, nos séculos passados, a religião e a ideologia política estavam no centro das preocupações, na sociedade contemporânea essa posição é ocupada pelo amor individual real e não pelas abstrações. “Quem, nas novas gerações, gostaria de morrer por Deus, pela pátria ou pelas revoluções?. Ninguém ou quase ninguém”, diagnostica. Para ele, só estamos verdadeiramente dispostos a um engajamento tão radical quando está em jogo outro ser humano, aqueles que amamos.

    Luc Ferry também é conhecido por afirmar uma “espiritualidade laica”, uma defesa de grandes valores, mas que não passam necessariamente pelo campo da fé. Para ele, a espiritualidade de nosso tempo deve estar ligada à conquista de uma vida mais plena e realizada entre iguais. “Existem espiritualidades nas quais há deuses, as religiões, e espiritualidade sem Deus, as grandes filosofias. Mas o que nos falta hoje é uma espiritualidade laica, uma concepção da vida boa, uma visão do mundo comum que nós queremos construir juntos”, propõe.

    http://divirta-se.uai.com.br/canal/arte-e-livros/

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