Ernanne |
...
Padre Henrique |
Mas essa história vai mudar. O site da da Conferência dos Bispos do Brasil informa que o padre José Ernanne Pinheiro, assessor da CNBB, querido professor e diretor da gente no antigo ITER, declarou no último 17 de agosto, em sessão pública da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara, no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco, que o assassinato do padre Henrique foi uma tentativa da repressão de calar os dois segmentos mais atuantes da sociedade pernambucana naquele momento: a Igreja Católica e o movimento estudantil. Na época, o padre Ernanne era o vigário-geral da Arquidiocese de Olinda e Recife e acompanhou todos os ataques e a pressão sofrida por dom Helder e seus principais assessores e amigos.
"A morte do padre Henrique era um ataque indireto a dom Helder. Além disso, Henrique cuidava da Pastoral da Juventude e tinha muita influência entre os estudantes, o que também incomodava. Não tenho nomes para acusar por esse fato, mas está claro que se tratou de um crime político”, avaliou padre Ernanne. Para o religioso, a Comissão da Verdade cumpre uma tarefa primordial dentro do processo de registro histórico brasileiro. “As próximas gerações precisam conhecer seus heróis. Esperamos que essa comissão, a nacional e as demais que estão surgindo nos outros Estados, contribuam para isso”, frisou.
Em seu depoimento, padre Ernanne esclareceu que dentro da própria Igreja Católica existiam correntes adversas e que bispos e padres colaboraram com a repressão. “Em Pernambuco, sob o comando de dom Helder nos posicionamos ao lado da democracia e dos excluídos”, completou.
Para o advogado Pedro Eurico, relator do caso Padre Henrique na comissão, o depoimento reforçou o entendimento de que vários setores da sociedade pernambucana sujaram as mãos de sangue durante a ditadura. “Não era apenas a Polícia e as Forças Armadas que estavam na vanguarda desse movimento. Muitos civis se engajaram na repressão e se beneficiaram disso posteriormente”, concluiu.
O presidente da comissão, Fernando Coelho, afirmou que o depoimento trouxe elementos importantes para a investigação. “Ficamos honrados com a presença do padre Ernanne, pela clareza de suas ideias e pela contextualização do momento histórico que eles nos trouxe”.
A comissão resolveu adiar, do dia 23 para dia 30 deste mês, o depoimento do ex-major da PM de Pernambuco José Ferreira dos Anjos. Os integrantes da comissão querem mais tempo para se preparar para ouvir o ex-militar, considerado uma das fontes mais ricas sobre o período da ditadura no Estado. Ferreira foi recrutado dentro da PM pelo 4º Exército e atuou diretamente na repressão aos opositores do golpe militar de 1964. Sobre a importância das informações guardadas pelo ex-major, o advogado Humberto Vieira de Melo, membro da comissão, foi enfático. “Basta que ele repita o que nos disse na sessão reservada”, ressaltou.
Nunca fui e nem serei a favor de tortura ou/e assassinato político. Entretanto, uma coisa me deixa intrigado: Porquê houve a necessidade da intervenção militar que resultou na ditadura? Teriam tentado mudar a democracia para o regime comunista e daí a represália? O pretexto não teria sido tirar o Brasil do domínio "Imperialista americano" para entregá-lo ao regime comunista russo? Ditadura, tortura e assassinatos foram consequências do quê? E os atos terroristas nós devería-mos chamá-los de quê? Tinha apoio da população ou só dos que se interessavam em implantar o regime comunista?
ResponderExcluirMeu irmão, um dos benefícios das comissões da verdade é o esclarecimento de que, justamente, vivemos uma história de muitos equívocos, que precisa ser mais conhecida - pra não ser repetida. Enquanto comunistas queriam impor a ditadura do estado sobre nós, capitalistas transnacionais impuseram a ditadura do mercado - e desenvolveram a economia hipotecando o nosso futuro pelo endividamento externo. Mas dou uns pelos outros e não quero torna! Aliás, posso testemunhar pra você que Dom Helder (e a maioria dos religiosos de diversas igrejas), quando criticaram a ditadura militar e clamaram por justiça social, não era por ideologia comunista não, mas por um socialismo meio utópico que sempre deriva de uma espiritualidade profunda. Claro que, à época, eram vozes que "clamavam no deserto", como são sempre as dos profetas... Mas vamos vivendo e aprendendo!
ResponderExcluirMajor Ferreira confirma que empresários pernambucanos financiavam assassinatos de "comunistas" na ditadura:
ResponderExcluirhttp://jc3.uol.com.br/blogs/blogjamildo/canais/noticias/2012/09/20/major_ferreira_confirma_que_empresarios_pernambucanos_financiavam_assassinatos_de_comunistas_138531.php
A União Soviética treinava milícias e financiava atos terroristas que terminaram por levar o Brasil a uma ditadura. Comunistas do passado são os corruptos de hoje. Aliás, comunismo e capitalismo disputam entre si o que é mais nocivo para a humanidade. Se no comunismo não existe povo - tudo é governo - , no capitalismo tudo é mercadoria e tem valor de mercado. O problema está em encontrar o equilíbrio.
ResponderExcluir