28 de abr. de 2012

IGREJAS GAY

As políticas públicas de combate à homofobia, o recuo de alguns evangélicos em tentar "curar" a homossexualidade, mas também a resistência cultural ao reconhecimento de múltiplas condições sexuais, têm levado ao surgimento de um novo fenômeno no cristianismo brasileiro: as Igrejas Gay. Trata-se de uma realidade minoritária, mas que já envolve dez mil pessoas. Sobre isso, Luís Guilherme Barrucho escreveu o artigo "Desafiando preconceito, cresce número de igrejas inclusivas no Brasil", que é apresentado junto com uma série de entrevistas e reportagens relacionadas, no Portal da BBC Brasil:
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"Encaradas pelas minorias como um refúgio para a livre prática da fé, as igrejas 'inclusivas' - voltadas predominantemente para o público gay - vêm crescendo a um ritmo acelerado no Brasil, à revelia da oposição de alas religiosas mais conservadoras.

Estimativas feitas por especialistas a pedido da BBC Brasil indicam que já existem pelo menos dez diferentes congregações de igrejas 'gay-friendly' no Brasil, com mais de 40 missões e delegações espalhadas pelo país.

Concentradas, principalmente, no eixo Rio de Janeiro-São Paulo, elas somam em torno de 10 mil fiéis, ou 0,005% da população brasileira. A maioria dos membros (70%) é composta por homens, incluindo solteiros e casais, de diferentes níveis sociais...."

Continue lendo o artigo integralmente aqui.
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Veja também, abaixo, links pra outras notícias e artigos relacionados no blog e, no vídeo, manifestação de católicos americanos em apoio a casais do mesmo sexo e suas famílias:


5 comentários:

  1. É no mínimo surpreendente constatar as pressões sobre o Senado para evitar a lei que criminaliza a homofobia. Sofrem de amnésia os que insistem em segregar, discriminar, satanizar e condenar os casais homoafetivos.
    No tempo de Jesus, os segregados eram os pagãos, os doentes, os que exerciam determinadas atividades profissionais, como açougueiros e fiscais de renda. Com todos esses Jesus teve uma atitude inclusiva. Mais tarde, vitimizaram indígenas, negros, hereges e judeus. Hoje, homossexuais, muçulmanos e migrantes pobres (incluídas as “pessoas diferenciadas”…).

    Relações entre pessoas do mesmo sexo ainda são ilegais em mais de 80 nações. Em alguns países islâmicos elas são punidas com castigos físicos ou pena de morte (Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Nigéria etc).
    No 60º aniversário da Decclaração Universal dos Direitos Humanos, em 2008, 27 países membros da União Europeia assinaram resolução à ONU pela “despenalização universal da homossexualidade”.
    A Igreja Católica deu um pequeno passo adiante ao incluir no seu Catecismo a exigência de se evitar qualquer discriminação a homossexuais. No entanto, silenciam as autoridades eclesiásticas quando se trata de se pronunciar contra a homofobia. E, no entanto, se escutou sua discordância à decisão do STF ao aprovar o direito de união civil dos homoafetivos.
    Ninguém escolhe ser homo ou heterossexual. A pessoa nasce assim. E, à luz do Evangelho, a Igreja não tem o direito de encarar ninguém como homo ou hétero, e sim como filho de Deus, chamado à comunhão com Ele e com o próximo, destinatário da graça divina.
    São alarmantes os índices de agressões e assassinatos de homossexuais no Brasil. A urgência de uma lei contra a homofobia não se justifica apenas pela violência física sofrida por travestis, transexuais, lésbicas etc. Mais grave é a violência simbólica, que instaura procedimento social e fomenta a cultura da satanização.
    A Igreja Católica já não condena homossexuais, mas impede que eles manifestem o seu amor por pessoas do mesmo sexo. Ora, todo amor não decorre de Deus? Não diz a Carta de João (I,7) que “quem ama conhece a Deus” (observe que João não diz que quem conhece a Deus ama…).
    Por que fingir ignorar que o amor exige união e querer que essa união permaneça à margem da lei? No matrimônio são os noivos os verdadeiros ministros. E não o padre, como muitos imaginam. Pode a teologia negar a essencial sacramentalidade da união de duas pessoas que se amam, ainda que do mesmo sexo?
    Ora, direis ouvir a Bíblia! Sim, no contexto patriarcal em que foi escrita seria estranho aprovar o homossexualismo. Mas muitas passagens o subtendem, como o amor entre Davi por Jônatas (I Samuel 18), o centurião romano interessado na cura de seu servo (Lucas 7) e os “eunucos de nascença” (Mateus 19). E a tomar a Bíblia literalmente, teríamos que passar ao fio da espada todos que professam crenças diferentes da nossa e odiar pai e mãe para verdadeiramente seguir a Jesus.
    Há que passar da hermenêutica singularizadora para a hermenêutica pluralizadora. Ontem, a Igreja Católica acusava os judeus de assassinos de Jesus; condenava ao limbo crianças mortas sem batismo; considerava legítima a escravidão e censurava o empréstimo a juros. Por que excluir casais homoafetivos de direitos civis e religiosos?
    Pecado é aceitar os mecanismos de exclusão e selecionar seres humanos por fatores biológicos, raciais, étnicos ou sexuais. Todos são filhos amados por Deus. Todos têm como vocação essencial amar e ser amados. A lei é feita para a pessoa, insiste Jesus, e não a pessoa para a lei.
    Frei Betto

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  2. Um homossexual que se declara cristão tem causado grande controvérsia na comunidade religiosa norte-americana por propor um estudo em que prega que a homossexualidade não é condenada na Bíblia. Vines Mateus lançou uma conferência de treinamento para lideranças que visa ensinar como conciliar a igrejas inclusivas com as conservadoras e capacitar homossexuais cristãos para argumentar e “modificar o ensino das igrejas a respeito da homossexualidade a partir do zero”...

    http://noticias.gospelmais.com.br/jovem-projeto-reforma-biblia-condena-gays-51628.html

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  3. Entendo que a maioria das pessoas necessita do sagrado e da fé . Tenho minha crença, mas respeito todas, inclusive a falta dela. Acredito que o verdadeiro amor reside no respeito ao próximo e jamais minha consciência me permitiria a tentativa de impingir minha fé a alguém. Quando vemos os extremistas condenando, acusando e julgando nossos filhos, o chão nos foge, desequilibramos e fica muito complicado encontrar o eixo. Os fundamentalistas destroem aos berros nossas famílias. Plantam sua semente de ódio, levando com eles a harmonia dos nossos lares, com a pretensão, como diria o Pastor Ricardo Gondim, de que são os últimos depósitários da revelação de Deus. Mas acreditem, não é bem assim.

    http://colunistas.ig.com.br/mae-pela-igualdade/2013/03/18/religiao-x-sexualidade/?doing_wp_cron

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  4. ... A Igreja Católica decidiu excomungar o padre de Bauru (a 329 km de São Paulo) que havia se afastado de suas atividades religiosas após declarar apoio a homossexuais. A decisão foi divulgada pela diocese da cidade em comunicado assinado pelo Conselho Presbiteral Diocesano, formado por dez sacerdotes da cúpula do órgão. Nesse texto, a diocese afirma que os "atos provocaram forte escândalo e feriram a comunhão eclesial".
    A polêmica em torno de Roberto Francisco Daniel, 48, conhecido como padre Beto, teve início na semana passada, quando recebeu ultimato do bispo de Bauru para se retratar e "confessar o erro" cometido num depoimento divulgado na internet. No vídeo, o padre afirma que existe a possibilidade de amor entre pessoas do mesmo sexo e questiona conceitos de fidelidade matrimonial, dizendo que casos extraconjugais não consistem em traição se forem "abertos"...

    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/106611-igreja-catolica-excomunga-padre-que-defendeu-gays.shtml

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  5. O rabino Ron Yosef, de 38 anos, rompeu um tabu do fechado mundo religioso em que vive ao se declarar homossexual. A proibição da homossexualidade remonta ao Levítico, um dos cinco livros da Torá que classifica como "abominação" o ato sexual entre dois homens, porém, de acordo com Yosef, "uma pessoa pode ser ao mesmo tempo homossexual e praticante"...

    http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/mundo/2013/05/18/interna_mundo,440126/ron-yosef-o-rabino-ortodoxo-e-homossexual.shtml

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